De OGLOBO.COM.BR
Com agências internacionais
Deputado acusa prefeito de lançar escolta policial contra mais de 300 pessoas
MARACAIBO, Venezuela - A maior simulação de voto já realizada na Venezuela
terminou na noite de domingo com pelo menos seis pessoas baleadas e uma troca de
acusações, ao fim de um confronto entre eleitores do presidente Hugo Chávez e
opositores. Na localidade de Simón Rodriguez, no estado de Zulia, o Partido Novo
Tempo acusou oito seguranças do prefeito Luis Ruda de abrir fogo contra membros
da oposição que estavam na sede do grupo Comando Venezuela. Ruda, no entanto,
acusou os opositores de provocarem os simpatizantes de Chávez e de realizarem o
ataque.
Ainda de acordo com o deputado, o prefeito teria instalado um palanque com
toldo vermelho desde o começo da manhã de domingo a cerca de dez metros do local
de votação para instar os eleitores a votarem no presidente Hugo Chávez. O local
estaria cercado por guardas armados. Há relatos ainda de que os centros de
votação na cidade teriam aberto mais tarde do que os de outras partes do
país.
No comando de campanha foram recolhidos mais de 60 projéteis e uma pistola
Glock. Mas o prefeito Luis Ruda afirmou que teriam sido seguranças de Gómez que
dispararam, após terem provocado partidários governistas que passavam pelo
local.
- Repudiamos e condenamos todas as ações de vandalismo perpetradas pelo
deputado opositor Freddy Gómez. Seus seguranças é que dispararam - contra-atacou
o prefeito.
Ainda no domingo, na cidade de Barquisimeto, vinte veículos que circulavam
fazendo propaganda da oposição foram apreendidos pela Guarda Nacional e horas
depois liberados. A situação foi denunciada pelo governador de Lara, Henri
Falcón, que chamou o ato de “detenção arbitrária”. No estado, também foram
registrados atrasos em votações e na instalação de urnas eleitorais.
No estado de Carabobo, algumas urnas apresentaram problemas técnicos, como a
utilizada pelo governador Henrique Fernando Salas. Ele teve que esperar cerca de
20 minutos até que a máquina fosse reiniciada para que seu voto fosse
contabilizado. Já a urna onde seu pai, o ex-governador Henrique Salas Römer,
votou ficou detida por horas até que fosse liberada.
Para a oposição e o governo, simulação funcionou
Apesar dos incidentes, o coordenador nacional do Comando Venezuela, Leopoldo
López, informou que a estrutura eleitoral da oposição funcionou
perfeitamente:
- Estamos melhor organizados que nunca, temos presença em locais onde nunca
havíamos estado - disse.
A simulação eleitoral de ontem foi a maior já realizada no país e faz parte
dos preparativos para as eleições presidenciais de 7 de outubro. Para isso,
funcionaram 1.553 centros de votação abertos ao público e 55 centros-modelo,
onde foram instalados todo o aparato da nova eleição. Estes centros permitem
verificar quanto tempo o eleitor demora para votar, uma média que foi estimada
em um minuto e cinco segundos. Foi um teste também para as máquinas eletrônicas
do Sistema de Autenticação Integrado, que verifica a identidade dos eleitores
por meio da impressão digital.
A presidente do Conselho Nacional Eleitoral, Tibisay Lucena, disse que houve
“grande fluidez” no exercício dos eleitores com o novo sistema. Em alguns
centros de votação em Bolívar foram apresentadas denúncias de defensores de Hugo
Chávez e de opositores de propaganda eleitoral a menos de 200 metros do local de
votação. O Conselho Nacional Eleitoral prometeu impedir tais ações na
eleição.
A simulação foi inicialmente prevista para o fim de semana anterior, mas foi
suspensa devido à explosão na refinaria de Amuay, que deixou mais de 40
mortos.
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