Na Europa, principais Bolsas caem após a Moody’s rebaixar a perspectiva da nota da União Europeia de estável para negativa
SÃO PAULO - O Ibovespa, índice de referência da Bolsa de Valores de São Paulo
(Bovespa), ampliou a queda verificada desde o início do pregão e às 11h11m se
desvalorizava 1,22% aos 56.579 pontos, perdendo a linha dos 57 mil pontos. Os
papéis da Vale pesam sobre a queda do índice. O dólar comercial, que operava em
queda frente ao real, inverteu o sinal e passou a se valorizar. No mesmo
horário, a divisa americana subia 0,39% sendo negociada a R$ 2,039 na compra e
R$ 2,040 na venda.
Entre as maiores quedas do pregão, estão os papéis ON da Vale, que caem 2,50%
a R$ 32,71% e da Bradespar, que possui fatia expressiva da mineradora, com baixa
de 2,63% a R$ 25,96. A Vale provisionou R$ 1,1 bilhão por avaliar que deve
perder a disputa sobre o pagamento de royalties ao Governo. A disputa entre Vale
e Governo refere-se ao pagamento da CFEM (Compensação Financeira pela Exploração
de Recursos Minerais), royalties cobrados pelo DNPM (Departamento Nacional de
Produção Mineral). A CFEM é cobrada sobre o faturamento da mineradora entre 1991
e 2007 e o valor máximo dessas cobranças chega a US$ 4,7 bilhões.A mineradora
também foi multada pela Justiça da Suíça em US$ 233 milhões por repatriar lucros
na Suíça, onde se beneficia de isenção fiscal.
No mercado doméstico, o mercado analisa a produção industrial, que
cresceu apenas 0,3% entre junho e julho, de acordo com o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística. Na comparação ano a ano, houve queda de
2,9% na produção.
- Esse resultado demonstra que ainda há espaço para redução dos juros no
Brasil, mesmo que o câmbio desvalorizado leve a algumas altas pontuais de
inflação - avalia o analista Jason Vieira, da corretora Cruzeiro do Sul, em
relatório.
Na Europa, as principais Bolsas operam em queda, com exceção de Madri. O
índice Dax, da Bolsa de Frankfurt, perde 0,77%; o Cac, do pregão de Paris, cai
0,95% e o FTSE, de Londres, perde 0,95%. O índice Ibex, da Bolsa de Madri, sobe
0,92%. Nos EUA, os índices abriram a sessão em queda. O S&P 500 cai 0,48%; o
Dow Jones se desvaloriza 0,51% e o Nasdaq 0,35%.
Os pregões refletem a decisão da agência de classificação de risco Moody's,
que na noite desta segunda-feira, reiterou o rating da União Europeia (UE) em
'Aaa', mas
rebaixou a perspectiva da nota de estável para negativa. Segundo a agência,
a perspectiva negativa passa a refletir, com maior precisão, os riscos
associados ao crédito de algumas das principais economias do bloco.
Em comunicado, a Moody's afirmou que a nova avaliação reflete a perspectiva
negativa atribuída aos ratings soberanos da Alemanha, da França, do Reino Unido
e da Holanda, que juntos respondem por 45% da receita orçamentária da União
Europeia.
Os investidores também acompanham os encontros da chanceler alemã Angela
Merkel e o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, assim como o de
Mario Monti, primeiro-ministro da Itália, e o presidente da França, François
Hollande. A movimentação faz crescer a expectativa de que o programa de recompra
de títulos soberanos de países com dificuldades para se refinanciar está sendo
concluído e pode ser anunciado durante o pronunciamento do presidente do BCE
(Banco Central Europeu), Mario Draghi, na quinta-feira.
Na segunda, não houve negociações em Wall Street por causa do feriado do Dia
do Trabalho. Hoje serão divulgados os indicadores de atividade industrial (ISM
Index) e do Construction Spending, que captura os gastos públicos e privados
decorrentes de construções de imóveis no país.
Na Ásia, os principais pregões fecharam em queda após divulgação de
perspectiva de rebaixamento dos ratings na União Europeia e a expectativa com o
pronunciamento de Draghi, na quinta.
Em Hong Kong, o índice Hang Seng, teve queda de 0,66%, enquanto na China o
Xangai Composto recuou 0,75%. Na bolsa de Tóquio, o índice Nikkei, fechou em
queda de 0,10% e na Coreia do Sul, o índice Kospi, da bolsa de Seul, subiu
0,29%.
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