quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

CIDADES: Sobe o número de mortes na Região Serrana do Rio em decorrência das chuvas no segundo dia de buscas

De O Globo
Ana Claudia Costa, Natanael Damasceno, Jacqueline Ribeiro, Paulo Roberto Araújo e Simone Candida


RIO - O número de mortos na Região Serrana do Rio de Janeiro em decorrência das fortes chuvas subiu para 356. Nesta quinta-feira, de acordo com a GlobonewsTV, mais 22 mortes foram confirmadas em Teresópolis, aumentando para 152 o número total. Em Friburgo, subiu de 107 para 168 o número de vítimas. Três delas eram bombeiros que trabalhavam no resgate de vítimas. Em Petrópolis, o número de vítimas chegou a 36. Um dos corpos foi achado na região de São José do Vale do Rio Preto. ( Confira as fotos do segundo dia de buscas )
Nesta quinta-feira, a presidente Dilma Rousseff vem ao Rio, onde sobrevoará as áreas atingidas pelas chuvas . O governo federal vai liberar R$ 780 milhões para os estados atingidos, incluindo o Rio e São Paulo. Serão R$ 700 milhões para a área de defesa civil do Ministério da Integração Nacional e R$ 80 milhões ao Ministério dos Transportes, para recuperação de pontes e estradas. A medida provisória com os recursos foi assinada na quarta-feira e publicada em edição extra do Diário oficial da União.
Pezão diz que situação em Friburgo é desoladora
O vice-governador e Secretário estadual de Obras, Luiz Fernando Pezão, disse nesta manhã que o número de mortos vítimas das enchentes na região serrana deverá aumentar muito nesta quinta-feira.
" A situação é desoladora. Estamos entrando com máquinas para remover escombros em várias partes da cidade "
- Estamos preocupados porque voltou a chover. Agora pela manhã, equipes vão usar helicópteros para chegar a locais onde os bombeiros não conseguem alcançar por terra. Há outras cidades isoladas. Há informações de 18 mortos em Sumidouro. Bom Jardim está isolada porque caíram três pontes - disse Pezão, que está em Friburgo onde constatou um cenário desolador.
- A situação é desoladora. Estamos entrando com máquinas para remover escombros em várias partes da cidade - afirmou.
Região Serrana pede alimentos, colchões e doações de sangue
Imagens feitas durante sobrevoo revelam estragos na Região Serrana
Os estragos em Santa Maria Madalena
A tragédia em Itaipava, em Petrópolis
Agentes da Lei Seca vão para Teresópolis
Nesta quinta-feira, equipes da Defesa Civil vão tentar chegar aos bairros de Santa Rita e Arrier, porque na quarta-feira não conseguiram acesso devido à queda de barreiras. Uma outra equipe da Defesa Civil vai retornar aos bairros Poço dos Peixes e Pessegueiro para resgatar pelo menos nove corpos. O comandante da Defesa Civil acredita que haja mais mortos nesses locais.
Agentes da Operação Lei Seca (OLS) também foram para a prefeitura de Teresópolis para ajudar a cidade com as vítimas da chuva. Segundo o coordenador operacional da OLS, major Marco Andrade, 74 homens estão na cidade.
- Estamos com 74 homens aqui em Teresópolis, 30 em Friburgo e 20 em Petrópolis para ajudar no que for preciso. Aliás, esta é a primeira vez que a Operação Lei Seca deixa de fazer blitzes no estado. Nos últimos 22 meses saimos às ruas todos os dias para salvar vidas. Viemos para cá com o mesmo objetivo - afirmou.
Enquanto isso, o movimento é grande no Cemitério Municipal de Teresópolis, onde os corpos das vítimas da tromba d'água estão sendo enterrados. De acordo com o administrador do cemitério, Márcio de Souza Carreira, até o momento estão sendo preparadas 145 covas no local para enterrar as vítimas da tragédia das chuvas na cidade.
O município tem um total de nove cemitérios, mas apenas três poderão receber os mortos, porque os outros foram levados pela tromba d'água. As covas estão sendo feitas de forma individual, lado a lado, no alto do cemitério. O cemetério de Bonsucesso deve receber 22 vítimas, e o de Vieira ainda não há estimativas de número de mortos.
Ele acredita que o número de enterros possa ser bem maior, uma vez que há informações de que 90% do bairro de Campo Grande foi levado pela água e pela lama. Uma retroescavadeira está sendo usada para abrir as covas.
Dezenas de pessoas em grupos, chorando, aguardam pelo sepultamento de seus entes queridos. De acordo com a Guarda Municipal, não haverá velório, e os corpos serão enterrados assim que chegarem ao cemitério.
Familiares e amigos de pessoas desaparecidas durante o temporal também continuam indo para a 110ª DP (Teresopolis) para ver se reconhecem os corpos que estão no local. De acordo com o delegado Hebert Tavares, até a manhã desta quinta-feira, 146 corpos foram trazidos para a delegacia, que foi transformada em um posto avançado do IML. Ele afirmou também que todos os corpos encontrados na região serão levados para o local. A cidade está em estado de calamidade pública.
Dois caminhões da Cruz Vermelha Internacional carregados com medicamentos chegaram à Teresópolis para dar auxílio aos desabrigados das chuvas. A médica responsável pela equipe de atendimento, Dra Cláudia Miguel Coelho, disse que a maioria do casos é de pequenos traumatismos. A princípio, está sendo ministrada a vacina antitetânica em todas os desabrigados. O estádio Pedro de Lara, conhecido como Pedrão, não tem mais espaço para receber ninguém. As arquibancadas viraram depósito de donativos, que não param de chegar.
O secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, disse na quarta-feira que a tragédia na Região Serrana do Rio
foi uma combinação de uma "catástrofe natural com a irresponsabilidade histórica de vários prefeitos" .
De acordo com dados da prefeitura de Friburgo, cerca de 900 pessoas estão desabrigadas e 1.200 desalojadas. Todos foram levados provisoriamente para o Estádio Olímpico do Pedrão, no Centro da cidade. Cerca de 800 funcionários da prefeitura, de diversos setores, além de voluntários, estão trabalhando para tentar minimizar os prejuízos provocados pela chuva.
No bairro Parque Imbuí, uma tromba d'água fez com que o Rio Imbuí transbordasse e descesse a encosta, arrastando tudo o que havia pela frente. Repórteres do GLOBO sobrevoaram o local na tarde de quarta-feira e constataram deslizamentos grandes nas encostas. Muitas casas foram afetadas, algumas totalmente destruídas. Carros e caminhões foram levados pela correnteza.
Cidade de Areal também foi destruída pelas chuvas
A cidade de Areal também foi alagada pelas chuvas que castigam a Região Serrana. De acordo com o secretário de governo do município, Igor Bastos da Silva, a cidade tem mil desabrigados e desalojados, que estão em Cieps, escolas e casas de parentes, mas a prefeitura ainda vai começar nesta manhã a fazer um levamamento dos estragos. Segundo ele, 70% da cidade foi destruída pelas chuvas. Ainda não há informações sobre óbitos.
- O Rio Preto começou a subir ontem (quarta-feira) às 9h e inundou a cidade, arrasando casas e lojas. As áreas mais devastadas foram o bairro Amazonas e o Centro. Ficamos sem água, sem telefone fixo e sem luz, que só retornou agora de manhã. Teve gente que subiu para o alto dos morros para dormir em barracas. Hoje é que vamos percorrer a cidade para ver os prejuízos - conta o secretário.
Na Br-040, a 20 km de Pedro do Rio, o Rio Paraíba transbordou e a passagem dos motoristas está em uma pista. Está demorando em média uma hora e meia para atravessar um quilômetro.

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