terça-feira, 13 de novembro de 2018

ECONOMIA: Com decisão de Bolsonaro de não votar Previdência este ano, dólar fecha a R$ 3,832

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O Globo

Ibovespa cai quase 1%; petróleo cai mais de 7% e leva junto ações da Petrobras

Notas de dólar Foto: Pixabay

SÃO PAULO E RIO- A possibilidade de votar a reforma da Previdência somente em 2019, como admitiu o presidente eleito, Jair Bolsonaro, frustou os agentes do mercado financeiro local nesta terça-feira. A moeda americana fechou em alta de 1,99% ante o real, a R$ 3,832. Já o Ibovespa, principal índice de ações, caiu 0,71%, aos 84.914 pontos, em um pregão de derretimento das ações da Petrobras, que acompanhou a queda do petróleo no exterior. 
Internamente, o que mais pesou no pregão foi a declaração de Bolsonaro. Após ter defendido que alguns pontos do texto apresentado pela equipe de Michel Temer (MDB) fossem votados ainda neste ano, ele admitiu que as mudanças dificilmente serão votadas em 2018.
- Por mais que o mandato do presidente eleito, Jair Bolsonaro, inicie apenas no próximo ano, os agentes econômicos procuram antecipar suas apostas, reagindo com forte magnitude diante tal quebra de expectativa - explicou Ricardo Gomes da Silva Filho, superintendente da Correparti Corretora de Câmbio.
Na avaliação de Alexandre Wolwacz, diretor da Escola de Investimentos L & S, a frustração com a não votação da reforma da Previdência neste ano aumentou a pressão sobre o dólar.
- O mercado entendeu que poderia se votar essa reforma antes do próximo ano. Como foi se perdendo essa possibilidade e isso frustrou a expectativa de curto prazo, aumentando a pressão de compra - explicou.
Isso fez o dólar no Brasil ter um comportamento descolado do exterior. O "dollar index", que mede o o comportamento da divisa americana frente a uma cesta de dez moedas, recuava 0,22% próximo ao horário de encerramento dos negócios no Brasil. Uma das razões foi a retomada das conversas entre Estados Unidos e China, reduzindo as preocupações em relação à guerra comercial.
Bolsa em queda
Na Bolsa, a principal influência veio do exterior. O preço do petróleo derreteu. Pouco antes do encerramento dos negócios no Brasil, o do tipo Brent tinha queda de 7,12%, a US$ 65,13 o barril. Esse é o menor patamar do ano - há poucas semanas, estava em mais de US$ 82 o barril. Essa queda foi causada pela projeção da Organizações dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), que prevê uma demanda mundial menor.
- O mercado acordou de mau humor por causa da Previdência. Havia uma expectativa grande para alguma coisa fosse feita esse ano. Para ajudar, a Petrobras, que tem peso importante, caiu forte - avaliou Ari Santos, gerente de renda variável da corretora H.Commcor.
As ações preferenciais (PNs, sem direito a voto) da estatal caíram 5,05% e as ordinárias (ONs, com direito a voto) recuaram 5,11%. 
Ainda entre as mais negociadas, as preferenciais do Itaú Unibanco e do Bradesco recuaram, respectivamente, 1,10% e 2,13%. As ordinárias do Banco do Brasil registraram desvalorização de 1,16%. O setor bancário é o que tem o maior peso na composição do Ibovespa.
Entre as altas, destaque para os papéis da Suzano, que subiram 6,14%, a maior alta do Ibovespa. Empresas exportadoras são beneficiadas com a valorização do dólar. Já as da Vale avançaram 2,11%. 
Fora do índice, as ações da BR Distribuidora subiram 4,31% após o vice-presidente eleito, Hamilton Mourão, indicar que a empresa poderia ser privatizada. Já as ações da Tim Participações caíram 4,21%, terminando o pregão cotadas a R$ 11,32.
- Houve a saída do presidente da empresa, o que quebrou a expectativa do mercado. Quando os investidores percebem alguma incerteza, eles tendem a fazer uma correção nos preços - avaliou Wolwacz, da Escola de Investimentos L & S.

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