quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

ECONOMIA: Dólar bate nos R$ 4,10 com deterioração nos preços do petróleo

OGLOBO.COM.BR
POR ANA PAULA RIBEIRO

Seguindo exterior, Bolsa recua mais de 1% e ações da Petrobras despencam

Inspeção de notas de dólar - Andrew Harrer / Bloomberg News

SÃO PAULO - O enfraquecimento dos preços do petróleo aumentou a aversão ao risco nesta quarta-feira nos mercados financeiros. Com isso, o dólar comercial ganha força e os principais índices acionários operam em queda. A moeda americana era negociada, às 12h21, a R$ 4,077 na compra e a R$ 4,079 na venda, alta de 0,59% ante o real. Na máxima, a moeda atingiu R$ 4,10, maior valor desde o final de setembro. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) iniciou o pregão em queda de 1,26%, aos 37.579 pontos.
O barril de petróleo voltou a cair com força. O barril do tipo Brent recua 2,78%, a US$ 27,96. O preço do leve americano, o WTI, chegou a ser cotado, abaixo de US$ 28, no menor nível em 12 anos. A desaceleração da economia mundial, e principalmente da China, e o excesso de oferta do óleo contribuem para essa tendência de queda nos preços, que afeta fortemente as ações das empresa produtoras de petróleo e também as moedas de países exportadores.
— Esperamos uma forte volatilidade nos próximos dias. Há uma instabilidade política e econômica grande no exterior. O cenário interno, nesse movimento, tem pouca relevância para esse movimento. Há uma pressão compradora pro dólar que vem desde o ano passado — avaliou Alexandre Wolwacz, diretor da Escola de Investimentos Leandro & Stormer.
Nesse cenário, o dólar ganha força ante as moedas de países emergentes. Internamente, a condução da política monetária também deve acrescentar volatilidade aos negócios. O “dollar index”, calculado pela Bloomberg e que leva em conta o comporatamento do dólar frente a uma cesta de dez moedas, sobe 0,11%.
“Deveremos ter um dólar pressionado durante o pregão. Além da tensão global que impera, a polêmica nota do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, ontem, que mudam as apostas para um aumento de 0,25 ponto percentual, vão ditar o rumo da moeda para cima”, avaliou, em nota a clientes, Guilherme França Esquelbek, analista da Correparti Corretora de Câmbio.
Nesta quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) vai definir a taxa Selic, atualmente em 14,25%. A aposta majoritária era de uma elevação de 0,5 ponto percentual, mas desde a declaração de Tombini aumentou a probabilidade de uma elevação menor.
PETROBRAS DESPENCA
Com o preço do petróleo atingindo as mínimas em 12 anos, as ações da Petrobras sofrem forte desvalorização. Os papéis preferenciais (PNs, sem direito a voto) da estatal caem 4,93%, cotados a R$ 4,43. Já os ordinários (ONs, com direito a voto) recuam 3,73%, a R$ 5,92.
— A pressão vendedora está forte na Europa e isso se reflete no Brasil. As Bolsas da China também fecharam em queda, refletindo as preocupações com o crescimento da economia chinesa —disse Wolwacz, da Leandro & Stormer.
Todas as ações mais negociadas da Bolsa e que têm peso relevante na composição do Ibovespa estão em queda, embora em um ritmo um pouco menor do que na primeira hora de pregão. As preferenciais da Vale caem 3,69% e as ordinárias registram desvalorização de 2,72%. No caso dos bancos, os recuos são de 0,98% no Itaú Unibanco e de 0,29% no Bradesco.
No exterior, os principais índices europeus de ações operam em queda e as bolsas asiáticas também fecharam em baixa. O DAX, de Frankfurt, recua 2,45%, e o CAC 40, da Bolsa de Paris, cai 3,06%. O FTSE 100, de Londres, tem desvalorização de 2,79%.

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