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Benefício, concedido às montadoras, tem vigência prevista até último dia de agosto
BRASÍLIA – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que não irá
“tolerar” demissões em setores beneficiados pela redução do Imposto sobre
Produto Industrializado (IPI). A declaração foi dada nesta sexta-feira por meio
de sua assessoria de imprensa. Segundo a Fazenda, Mantega avalia que fazer
demissões seria um descumprimento do acordo firmado com os setores que receberam
o benefício.
Nesta semana, representantes das montadoras estiveram no Ministério da
Fazenda para pedir a prorrogação da redução de IPI, que vem permitindo manter as
vendas de veículos em alta. Depois de receber representantes do setor automotivo
na segunda-feira, Mantega fez um balanço positivo da redução do IPI nas vendas
de veículos e negou que o pacto pela manutenção dos empregos esteja sendo
descumprido pelas montadoras. Na data, Mantega reafirmou que não está "em
cogitação", nesse momento, ampliar a vigência da redução do IPI.
Ele disse que o problema na fábrica da GM em São José dos Campos (SP), que
ameaça demitir funcionários, é localizado e que não cabe ao Ministério
interferir na administração interna das empresas. Mantega afirmou que o
importante seria a manutenção da diferença entre demissões e contratações, que
não poderia resultar em saldo negativo, com mais demissões.
Segundo o ministro, desde maio, quando o benefício foi anunciado, as vendas
de veículos saíram de 280 mil para 353 mil em junho e que julho será o melhor
mês de toda a série do setor para o período, em torno de 360 mil.
Os metalúrgicos reagiram a essas declarações do ministro. Na quinta, os
operários da General Motors (GM) de São José dos Campos interditaram a Rodovia
Presidente Dutra e pararam a produção de todo o complexo industrial durante
o dia. No protesto, cartazes mandavam Mantega se calar. Uma carta relatando o
que está acontecendo na fábrica já foi enviada à presidente. No documento, o
sindicato se queixou das “declarações desastradas” do ministro, “entendidas pela
GM como uma autorização para demitir”.
A redução do IPI também vigora para produtos da linha branca (como máquinas
de lavar roupas, tanquinhos e geladeiras) e para outros setores.
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