Do ESTADAO.COM.BR
Silvana Rocha, da Agência Estado
Presidente do BC diz que o banco pode agir para assegurar câmbio funcione apropriadamente e limita valorização do real
SÃO PAULO - O mercado futuro de câmbio da BM&FBovespa acompanha
discretamente neste início de sessão a queda externa do dólar em relação ao
euro, o iene e as moedas de países emergentes com forte correlação com
commodities.A baixa, porém, foi limitada pela fala do presidente do Banco
Central, Alexandre Tombini, que reafirmou nesta sexta-feira em Londres que o BC
está pronto para agir para assegurar que mercado cambial funcione
apropriadamente.
"Temos sido muito claros sobre isso", afirmou ao responder uma questão em
Mansion House, residência oficial do prefeito da City londrina.
Enquanto lá fora a moeda americana recua generalizadamente com investidores
apostando num PIB fraco dos EUA e em novas ações de estímulo pelo Federal
Reserve no curto prazo, o mercado de câmbio local atua sob moderação.
De modo geral, os participantes dos mercados se posicionam para receber a
primeira prévia do PIB do segundo trimestre dos Estados Unidos, daqui a pouco.
Se o crescimento da economia americana de abril a junho cair para o 1,3%
estimado pelos analistas, abaixo do 2,1% de expansão de primeiro trimestre, deve
intensificar o declínio do dólar, porque ampliará expectativas de alguma ação de
estímulo por parte do Federal Reserve já em sua reunião de política monetária da
próxima semana.
Paralelamente, os dados econômicos negativos na zona do euro hoje reforçam as
apostas de que o Banco Central Europeu também já poderá adotar medidas para
"salvar o euro" em seu encontro na semana que vem. A possibilidade cresceu com a
promessa ontem do presidente da instituição, Mario Draghi, de que o BCE está
pronto para fazer o que for preciso para preservar o euro.
No mercado doméstico, a intensidade do declínio do dólar ante o real deve
continuar limitada ao longo da sessão. Isso porque o BC poderá intervir no
mercado futuro para garantir liquidez e minimizar a volatilidade, se for
necessário, afirmou o operador de câmbio da Correparti, de Curitiba, Judson
Preuss.
Segundo ele, a advertência de Tombini significa que, se houver risco de
valorização acentuada do real nesta sexta-feira e nas próximas sessões, o BC
poderá intervir para dar sustentação ao dólar, de modo que a moeda americana não
rompa o suporte informal recente de R$ 2,01. "O dólar ante o real deve continuar
com volatilidade controlada, dentro de uma faixa estreita", avaliou. Também há
expectativas pelo anúncio de pesquisa de demanda para a rolagem do próximo
vencimento de US$ 4,5 bilhões em contratos de swap cambial em 1º de agosto.
Na BM&FBovespa, o contrato de dólar que vence em 1º de agosto de 2012
abriu com leve queda de 0,05%, a R$ 2,0215. Até 9h11, oscilou entre R$ 2,020
(-0,12%) e R$ 2,0225 (estável).
Em Nova York, nesse horário, o euro estava em US$ 1,2311, de US$ 1,2281 no
fim da tarde de ontem. O dólar americano recuava 0,27% ante o dólar australiano;
caía 0,25% em relação ao dólar canadense; perdia 0,1487% diante da rupia
indiana; e cedia 0,55% em relação ao dólar neozelandês.
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