quinta-feira, 16 de setembro de 2010

COMENTÁRIO: Queda de Erenice: UM VIVA À LIBERDADE DE IMPRENSA!

Do POLÍTICA LIVRE
Por Raul Monteiro

Foi o governo Lula que demitiu Erenice Guerra por ter descoberto o esquemão doméstico que comandava do alto da Casa Civil? Ou foram seus adversários, encastelados em partidos que vão do PV ao DEM e ao PSDB que botaram para correr do Palácio do Planalto a sucessora de Dilma Roussef, cotada para ser uma das mulheres fortes de um eventual governo seu? Claro que nenhum nem outros!
Erenice deixou hoje o comando do cérebro administrativo do Planalto pelas portas dos fundos, exclusivamente porque, dizendo não ao circo de intimidações e patrulhamento que todos os veículos de comunicação não alinhados ao Executivo passaram a enfrentar nestas eleições, a revista Veja trouxe a público a história de uma família que não tinha limites para usar o governo em operações de tráfico de influência. É verdade que os riscos para os interesses eleitorais do governo trazidos pelas denúncias a enxotaram.
No editorial de sua edição desta semana, em que revelou a macabra história de Erenice, seus filhos, Israel e Saulo, e seu irmão, Euricélio, a Veja compartilha com o leitor o conflito entre segurar a publicação da denúncia e divulgá-la em meio ao processo eleitoral, correndo o risco de ser acusada de anti-governista ou anti-Dilma. Felizmente, em benefício da democracia, resolveu seguir e dar publicidade ao assunto.
A queda de Erenice é a mais cabal desmoralização da tese de que a imprensa brasileira que ousa discordar do governo Lula (ou da sua candidata), criticá-lo ou denunciá-lo, está a serviço de propósitos eleitorais adversários. No dia de hoje, oportunamente, o país assiste de forma exemplar à vitória de um valor caríssimo à democracia e ao progresso de seu povo, a liberdade de imprensa, recentemente criticada na Bahia pelo papa petista José Dirceu. Que coincidência!
Não importa o efeito da denúncia e da queda de Erenice na disputa eleitoral, situação em que lamentavelmente a ex-ministra tentou, inclusive, se escudar para permanecer agarrada ao cargo. Não importa se a vitória será de Dilma, o que é muito mais provável, do que do candidato tucano José Serra ou de Marina Silva, do PV, na sucessão presidencial. O que se tem hoje a reconhecer é a importância da liberdade de imprensa no Brasil. Viva!

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