Camila Campanerut
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Sergio Lima/FolhapressO senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) é o mais velho do Conselho de Ética do Senado
Na falta de uma definição do PMDB, que deveria indicar um nome para o posto
de presidente do Conselho de Ética do Senado, os líderes do partido, Renan
Calheiros (AL), do PT, Walter Pinheiro (BA), e do governo, Eduardo Braga
(PMDB-AM), decidiram seguir o regimento interno da Casa e designar para a vaga o
integrante mais velho do conselho.
"Não se chegou de forma consensual a escolha do nome, então, pelo
entendimento das lideranças, vamos convocar o senador mais velho da comissão
para presidir os trabalhos", confirmou Jayme Campos (DEM-MT).
Dos quinze integrantes do conselho, o mais idoso é o senador Antônio Carlos
Valadares (PSB-SE). Segundo Campos, "já foi feito contato com o senador e ele
aceitou a presidência".
A primeira sessão do Conselho de Ética está prevista para 14h30 desta
terça-feira (10), quando será designado o relator. A comissão irá julgar o caso
do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) --acusado de associação com o
bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso em fevereiro na
Operação Monte Carlo, da Polícia Federal.
Valadares será o responsável por conduzir o pedido do PSOL de abertura de
processo de quebra de decoro contra Torres.
A presidência e a relatoria do Conselho de Ética costumam ser definidas pelos
partidos que possuem as maiores bancadas, em ordem: PMDB (escolhe o presidente)
e o PT (o relator). Mas os senadores sinalizam que vão seguir o novo regimento
da Casa e a definição será feita por sorteio com o nome de todos os integrantes,
com exceção do presidente.
Substituto
Os senadores do PMDB tinha até hoje para encontrar um nome para substituir o
senador Vital do Rêgo Filho (PMDB-PB) da função de corregedor da Casa. A missão
permitiria que ele assumisse o posto de presidente da Conselho de
Ética. Vitalzinho, como é conhecido, é corregedor-geral do Senado, eleito pelos
seus pares, mas não tem um corregedor que o substitua no caso de ele se afastar
do cargo para assumir a presidência do Conselho de Ética. Por isso, ele não pode
simplesmente renunciar ao cargo de corregedor porque não há um corregedor
substituto eleito.
Os mesmos nomes do partido cogitados para presidir o conselho também eram
levantados para assumir o posto de corregedor substituto. Segundo o senador, os
nomes mais ventilados eram Casildo Maldaner (PMDB-SC), Vicentinho Alves (PR-TO),
Luiz Henrique (PMDB-SC) e Waldemir Moka (PMDB-MS).
Fragilidade
Ontem, o senador Vital do Rêgo Filho afirmou que o Senado recebeu uma
notificação do STF (Supremo Tribunal Federal) de que não serão enviadas para o
Legislativo informações sobre o caso de Demóstenes Torres por ele estar sob
segredo de justiça. Segundo ele, apenas uma CPI (Comissão Parlamentar de
Inquérito) poderia ter prerrogativas constitucionais para receber o material
sigiloso.
Com isso, sobra ao Conselho de Ética apenas as informações
vazadas na imprensa da Operação Monte Carlo , o que incluía grampos de conversas
telefônicas entre o senador Demóstenes Torres e Carlinhos Cachoeira.
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