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POR GERMANO OLIVEIRA, ENVIADO ESPECIAL
Leonardo Meirelles, do Labogen, esteve em Hong Kong para procurar depósitos
CURITIBA - O empresário Leonardo Meirelles, réu na 13ª Vara da Justiça Federal no âmbito da Operação Lava-Jato, disse ao GLOBO nesta sexta-feira que, com a autorização do juiz Sergio Moro, esteve recentemente em Hong Kong em busca de documentos bancários que comprovassem remessa de valores da Odebrecht para o exterior. Meirelles tenta, assim, rastrear o dinheiro de propinas da Petrobras que, segundo as investigações, teria passado pelas contas por meio de operações comandadas pelo doleiro Alberto Youssef. Meirelles é dono do Laboratório Labogen, que teria sido utilizado por Youssef para várias operações cambiais fraudulentas.
— Estou em busca desses documentos. Não posso dizer agora como está esse trabalho para não atrapalhar as investigações da Justiça — acrescentou Meirelles, que prestou depoimento nesta sexta-feira de manhã à Justiça em Curitiba.
Leonardo Meirelles chegou a ser preso, mas fez um acordo de colaboração e agora aguarda julgamento em casa, em Indaiatuba, interior de São Paulo.
Durante o depoimento, Meirelles disse a Moro que os ex-deputados Luiz Argôlo (SD-BA) e Pedro Corrêa (PP-PE) frequentavam o escritório do doleiro Alberto Youssef, em São Paulo, para o recebimento de dinheiro, cujas quantias ele desconhece.
— O Ministério Público quis saber se eu pessoalmente entreguei dinheiro aos dois ex-deputados, mas eu repeti o que já disse em outros depoimentos. Eu não entreguei dinheiro a eles — afirmou Meirelles na saída do depoimento, que durou cerca de 30 minutos.
À tarde, Moro ouviria o depoimento do deputado federal Sibá Machado (PT-AC), mas ele cancelou a viagem a Curitiba ao alegar motivos de saúde. Sibá iria depor como testemunha de defesa do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. Líder do PT na Câmara, seu depoimento faria parte de toda a estratégia do PT na defesa de seu ex-tesoureiro.
O chefe de gabinete de Sibá Machado informou à Justiça Federal que o parlamentar se compromete a comparecer à audiência de 6 de julho. Ele encaminhou um atestado médico, do Departamento Médico da Câmara dos Deputados, que informa que Sibá passou por uma consulta médica no dia 25. O documento diz que o deputado deve ficar afastado de suas atividades por dois dias.
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