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POR O GLOBO
Alvo da investigação é ex-gerente da estatal acusado de receber R$ 2 milhões de propina
Um dos navios pertencentes à frota da Transpetro 17/01/2013 - Hudson Pontes / Agência O Globo
RIO E SÃO PAULO — A Polícia Federal cumpriu três mandados de busca e apreensão na manhã desta sexta-feira, durante a 50ª fase da Operação Lava-Jato. Com ações nas cidades de Salvador, na Bahia, e Campinas e Paulinia, em São Paulo, a Operação Sothis II é um prosseguimento da 47ª fase, e investiga pagamento de propina e atos de lavagem de dinheiro em contratos da Transpetro, uma subsidiária da Lava Jato.
O principal alvo da operação é o ex-gerente da Transpetro José Antônio de Jesus, preso em Curitiba desde novembro de 2017, quando foi deflagrada a Operação Sothis I. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), a investigação mostrou que a empresa Meta Manutenção e Instalações Industriais Ltda teria pago R$ 2,3 milhões para o ex-gerente da estatal entre 2009 e 2001.
De acordo com o portal G1, o mandado de busca na capital baiana foi cumprido no endereço de Ana Zilma Fonseca de Jesus, esposa de José Antônio.
"As provas colhidas até o momento indicam ainda que, logo após as transferências dos recursos pela Meta Manutenção, familiares de José Antônio de Jesus foram favorecidos com operações bancárias diretas da empresa vinculada ao ex-gerente da Transpetro, evidenciando que foi utilizada apenas para esconder a origem ilícita dos valores", diz a nota do MPF.
SOTHIS I
A 50ª fase da Lava Jato é um desdobramento da 47ª, a Sothis I, que investigou denúncias feitas a partir da delação de Luiz Fernando Maramaldo, executivo da NM Engenharia. O empresário apontou José Antônio de Jesus, preso no interior da Bahia, como sendo parte de um esquema de propina em que teria lhe rendido R$ 7 milhões pagos pela própria NM, em pagamentos feitos entre 2009 e 2014. Jesus foi denunciado pelo MPF no fim do ano.
José Antônio, de acordo com o MPF, pediu para receber 1% do valor de contratos da empresa com a Transpetro como forma de propina - o valor final, no entanto, foi fixado em 0,5%. O acerto teria sido pago mensalmente em benefício do PT, embora a empresa, ainda de acordo com o MPF, também recebesse dinheiro do PMDB de forma independente.
Ao longo das investigações, José Antônio foi delatado também por um ex-sócio, o empresário José Roberto Soares Vieira, que alegou ter se desentendido com o ex-gerente da Transpetro porque José Antônio usava a empresa de ambos para receber pagamentos de terceiros sem que os serviços fossem prestados.
Durante a operação, José Antônio foi preso temporariamente, mas desde dezembro de 2017 está preso preventivamente. Além disso, durante a "Sothis I" foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão e cinco de condução coercitiva em quatro estados: Bahia, Sergipe, Santa Catarina e São Paulo.
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