terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

LAVA-JATO: Mantega teria pedido troca na Petrobras para o PMDB

UOL
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Rafael Neves, Metro Jornal Curitiba
Postado por: Narley Resende

Em audiência com Gabrielli, Moro brigou com a defesa de Lula. Reprodução / JF-PR

O ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli disse ontem que uma troca de diretoria na estatal em 2008 – que seria fruto de um acordo investigado na Lava Jato entre o PMDB e o governo Lula – foi pedida por Guido Mantega, então ministro da Fazenda.
Gabrielli falou ontem como testemunha do ex-presidente Lula. O juiz Sérgio Moro perguntou a ele um dos pontos da denúncia: segundo o MPF (Ministério Público Federal), o PMDB exigia Jorge Zelada no lugar de Nestor Cerveró na Diretoria Internacional da Petrobras – e assim “assumiria” as propinas ligadas a ela – para que os deputados do partido votassem no Congresso a prorrogação da CPMF, que era de interesse de Lula.
Gabrielli disse que o pedido partiu de Mantega enquanto representante do governo. O advogado José Batochio, que defende Mantega, “nega absolutamente o envolvimento” do ex-ministro.
Quando foi ouvido sobre o assunto, em novembro do ano passado, Lula reconheceu que a indicação ao cargo seria do PMDB, mas negou que estivesse vinculada à aprovação da CPMF.
As questões de Moro ontem o levaram a mais um atrito com a defesa de Lula. Como o juiz insistia em saber o que Gabrielli tinha a dizer sobre o episódio, os advogados disseram que Moro fazia “perguntas de inquisidor” e estava se repetindo. “Respeite o Juízo”, respondeu Moro.
A nomeação de Zelada também é parte do processo contra o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB), já que ele é acusado de ter articulado a indicação e se beneficiado dela com a propina que teria recebido por um negócio da estatal no Benin, na África.
Em depoimento na semana passada, Cunha negou ter influência sobre o caso, mas reconheceu que a bancada do PMDB queria a nomea- ção sob ameaça de “se rebelar,” e até desmentiu o presidente Michel Temer. Em dezembro do ano passado, Temer afirmou em ofício a Moro que não houve uma reunião dele – então presidente do partido – com o governo, mas Cunha afirma que existiu, de fato, esta reunião.
Não se identificava corrupção à época, afirma Gabrielli
Presidente da Petrobras de 2005 a 2012, Gabrielli disse a Moro que “era impossível”, na época, identificar a corrupção descoberta pela Lava Jato, apesar de a estatal ter cinco mecanismos de controle. Um deles era a ouvidoria, que, segundo Gabrielli, chegou a receber 17 mil denúncias por ano. “Tinha um conjunto de aparelhos e nenhum deles identificou as condutas que surgiram agora”, disse.

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