sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

MUNDO: Egípcio que tentou atacar Louvre veio dos Emirados Árabes, diz promotor

OGLOBO.COM.BR
POR O GLOBO / AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Suspeito chegou ao país já com passagem de volta; ele não tem antecedentes criminais

Policiais fecham ruas ao redor do museu do Louvre após ataque de homem armado em Paris - Greg Keller / AP

PARIS — O homem que atacou um soldado do museu do Louvre, em Paris, nesta sexta-feira, é egípcio e havia chegado à França a partir de Dubai, com um visto emitido num consulado nos Emirados Árabes. O Ministério do Interior egípcio e o procurador de Paris, François Molins, confirmaram a nacionalidade do agressor, mas não deram sua identidade (tida pela imprensa como Abdallah E-H). Ele não tem antecedentes criminais na França.
Segundo Molins, o atacante conseguiu um visto válido até o fim de fevereiro e chegou ao país em 26 de janeiro, a partir de Dubai (onde reside), com passagem de volta comprada para o próximo domingo. Ele afirmou que, na mochila do suspeito, foram encontrados um telefone celular e um visto, que diz que ele nasceu em 1988 no Egito.
O agressor atacou uma patrulha militar com um facão e ao grito de “Alá é grande”, antes de ser gravemente ferido pelo disparo de um soldado. O incidente aconteceu na entrada da turística galeria do Carrousel do Louvre, que dá acesso ao museu mais frequentado do mundo.
Segundo o primeiro-ministro Bernard Cazeneuve, o ataque em um local turístico emblemático da capital francesa "é visivelmente um ato terrorista".
— É preciso ser prudente — disse o premier, citando um "contexto de forte ameaça extremista islâmica" na França, atingida por uma série de ataques jihadistas sem precedentes nos últimos dois anos.
O soldado atacado ficou levemente ferido no couro cabeludo, enquanto o agressor foi ferido na barriga e está em estado grave, informou o chefe da polícia de Paris, Michel Cadot. No início da tarde, o agressor passava por uma cirurgia, correndo risco de morte, segundo uma fonte próxima à investigação.
A Procuradoria antiterrorista de Paris abriu uma investigação por "tentativas de assassinatos agravados em relação com um grupo terrorismo e associação terrorista criminosa". As duas mochilas que o agressor carregava nas costas não continham material explosivo, segundo o chefe da polícia.
Em seu Twitter, o Ministério do Interior disse que o episódio desta sexta-feira lembra que a ameaça terrorista ainda existe e manter a segurança do país é responsabilidade de todos.
— Estamos lidando com um ataque de um indivíduo que era claramente agressivo e representava uma ameaça direta, e cujos comentários nos levam a pensar que ele gostaria de ter realizado um incidente terrorista — disse a repórteres o chefe da força policial da capital francesa, Michel Cadot.
De acordo com Cadot, uma segunda pessoa foi presa, mas se acredita que o agressor tenha agido sozinho.
— Também havia um segundo indivíduo que estava com comportamento suspeito, e também foi detido, mas por ora não aparenta haver uma ligação entre este indivíduo e o ataque.
A área ao redor do museu, que atrai todos os dias milhares de visitantes, foi isolada pela polícia, constatou um jornalista da AFP. As estações de metrô nos arredores foram fechadas. O museu será reaberto neste sábado.
Entre 2015 e 2016, 238 pessoas morreram e centenas ficaram feridas em ataques extremistas em território francês. Vários desses ataques ou tentativas visaram a militares ou policiais.
Consequência direta, o turismo diminuiu consideravelmente no último ano em Paris e em particular na França. A agressão no Louvre acontece no mesmo dia que a prefeitura parisiense lança oficialmente a sua campanha para sediar os Jogos Olímpicos de 2024.
França foi atingida por uma série de atentados nos últimos dois anos, incluindo os atentados de 13 de novembro de 2015, que mataram 130 pessoas, e o de Nice, em 2016, com 84 mortos.

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