OGLOBO.COM.BR
POR O GLOBO / AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
Presidente dos EUA criticou acordo para realocar refugiados acertado por Obama
O presidente dos EUA, Donald Trump, fala ao telefone com o primeiro-ministro da Austrália, Malcolm Turnbull, no Salão Oval da Casa Branca, em Washington - Alex Brandon / AP
WASHINGTON — O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, interrompeu abruptamente uma ligação telefônica após uma conversa tensa com o primeiro-ministro australiano na semana passada, informou o "Washington Post". Segundo o jornal, o chefe da Casa Branca desligou o telefone com Malcolm Turnbull depois de exaltar sua vitória nas eleições de novembro e criticar um acordo para realocar refugiados. O pacto havia sido acertado entre o governo australiano e o ex-presidente americano Barack Obama. A Austrália é um dos aliados mais próximos dos Estados Unidos, e um dos chamados "cinco olhos" com quem Washington divide informações sensíveis.
De suas quatro ligações telefônicas com líderes mundiais na semana passada, "esta foi a pior de longe", teria dito Trump a Turnbull, segundo o "Post".
Ao ser consultado nesta quinta-feira sobre a informação do jornal americano, o primeiro-ministro australiano respondeu:
— Agradeço seu interesse, mas é melhor que estas conversas sejam francas e privadas. Posso assegurar que a relação é muito forte.
Turnbull disse na segunda-feira que concordou com Trump em honrar o acordo alcançado com Obama para realocar um número não especificado dentre as 1,6 mil pessoas que a Austrália abriga em centros de Nauru e Papua Nova Guiné. Já há temores de que Trump rescinda do acordo, sobretudo depois do seu decreto anti-imigratório da semana passada.
O relato do "Post" é muito diferente do informe oficial oferecido por ambos os governos depois da conversa. Depois da informação do jornal, Trump pôs em dúvida o acordo no Twitter:
"Pode acreditar? O governo Obama acordou receber milhares de imigrantes ilegais da Austrália. Por quê? Estudarei este acordo estúpido", escreveu.
O presidente suspendeu a entrada de refugiados e cidadãos de sete países muçulmanos temporariamente nos Estados Unidos, sob a justificativa de melhorar a segurança nacional. A ordem executiva foi duramente criticada pela comunidade internacional e provocou uma onda de protestos em várias cidades americanas.
ÚLTIMAS DE MUNDO
Veja também
Comentários:
Postar um comentário