terça-feira, 6 de junho de 2017

LAVA-JATO: Henrique Alves recebeu R$ 7,15 mi em propinas, segundo investigação

FOLHA.COM
RENATA MOURA, COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM NATAL

Frankie Marcone/Futura Press/Folhapress 
O ex-ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves é preso na manhã desta terça-feira (6)

Preso na manhã desta terça-feira (6), o ex-ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves é suspeito de ter recebido R$ 7,15 milhões em propinas, diretamente ou por meio do diretório Estadual do PMDB do Rio Grande do Norte.
O ex-ministro e ex-presidente da Câmara saiu de casa sob vaias e gritos de "ladrão".
Alves foi conduzido para a sede da Polícia Federal em Natal e deverá permanecer preso no Rio Grande do Norte, sob suspeita de ter cometido crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Segundo a investigação do Ministério Público Federal, o ex-deputado teria se beneficiado de contratos com empreiteiras. O principal deles é o da construção da Arena das Dunas, em Natal, pela OAS.
Há indícios de ação constante de Alves para dificultar a apuração de irregularidades nessa obra que teriam atrasado a apuração dos desvios.
"Esses acordos tinham como pano de fundo trocas de vantagens indevidas. Percebeu-se manobra fraudulenta para que o dinheiro não fosse para campanhas. Dinheiro que ingressava com roupagens de doação, mas que teve como destino o próprio candidato. Para dar aparência de legalidade foram montadas prestações de conta que são ficções, por meio de empresas laranjas que não prestaram serviço", afirmou o delegado da Polícia Federal Santiago Hounie.
De acordo com a PF, a OAS pagou R$ 650 mil diretamente a Alves e R$ 3 milhões ao diretório estadual do PMDB. A Odebrecht, por meio de caixa 2, pagou outros R$ 3 milhões. A Carioca Engenharia repassou R$ 400 mil a ele e a Andrade Gutierrez, R$ 100 mil.
Parte dos recursos teria sido sacada na véspera das eleições ao governo do Rio Grande do Norte e teria sido usada para compra de votos e apoio político, segundo o procurador da República Rodrigo Teles.
OUTRO LADO
Procuradas pela Folha, OAS e Carioca Engenharia informaram que não vão se manifestar.
Já a Odebrecht informou que "está colaborando com a Justiça no Brasil e nos países em que atua" e "está comprometida a combater e não tolerar a corrupção em quaisquer de suas formas".
A Andrade Gutierrez, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que segue colaborando com as investigações e "reforça seu compromisso público de esclarecer e corrigir todos os fatos irregulares ocorridos no passado".

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