segunda-feira, 5 de junho de 2017

CASO JBS: Com transferência adiada, Rocha Loures não quis visitas e nega carta

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PARANÁ PORTAL
Postado por: Narley Resende
Com Daiane Andrade, BandNews FM Curitiba

Reprodução / Globo News

A pedido da defesa, o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) deve prestar depoimento até a tarde da próxima quarta-feira (7). Isso adiou a transferência dele para a ala federal do Complexo Penitenciário da Papuda, na região administrativa de São Sebastião, no Distrito Federal. A Polícia Federal (PF) confirmou a informação do adiamento.
Rocha Loures foi preso no início da manhã de sábado (3), em casa. Ele foi submetido ao exame de corpo de delito no mesmo dia e passou o fim de semana em uma cela da sede da Superintendência da PF em Brasília.
Por vontade própria, o ex-deputado não recebeu visitas na cadeia.
O advogado Cezar Bitencourt afirma que ainda no sábado acertou o adiamento no interrogatório com o delegado que conduz o inquérito contra Rocha Loures e o presidente Michel Temer.
“O delegado (Josélio Azevedo de Sousa) me garantiu no sábado que não haveria transferência. É o que a gente espera, pelo menos. As coisas andam muito complicadas ultimamente. São as surpresas. Se entra com recurso às 18 horas, que tem o prazo, e seis horas depois o ministro (Luiz Edson Fachin) decreta a prisão no calar da madrugada. Policiais te acordam às 6 horas numa violência absurda, absolutamente desnecessária”, reclama o advogado de Loures.
Um recurso da defesa deve ser protocolado nesta segunda-feira (5), com o argumento de que Loures não pode mais interferir nas investigações e nem tem poder político para prejudicar a produção de provas.
Carta não existe, diz advogado
O advogado nega a informação divulgada pelo Jornal O Globo de que Rocha Loures teria escrito uma carta para a esposa que está grávida de oito meses.
“Mentira. Ontem ainda falei com o pessoal. Não tem nenhuma preocupação, nem dele com a família, nem a família com ele. Está todo mundo muito tranquilo. A família não foi visitá-lo no fim de semana, a pedido dele e orientação minha. Está muito tranquilo. Estive com a família toda dele ontem. Conversamos, tivemos horas juntos, muito bem. A carta não existe, se existir mostre a carta”, desafia Cezar Bitencourt.
Adiamento interessa a Temer
O adiamento do interrogatório de Rocha Loures desta segunda para até quarta-feira também interessa à articulação do presidente Michel Temer, já que a votação do julgamento da “chapa Dilma/Temer” no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) começa nesta terça-feira (6). O inquérito envolvendo o ex-deputado poderia repercutir sobre o voto dos ministros.
Se não houver pedido de vista de nenhum dos magistrados, o processo pode ter um desfecho ainda nesta semana, na próxima quinta-feira (8).
Operação Patmos 
Rodrigo Rocha Loures foi preso por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, que atendeu ao segundo pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) feito em menos de um mês.
O primeiro havia sido protocolado em 22 de maio, mas acabou negado porque, na ocasião, o paranaense ainda exercia o mandato de deputado. A lei brasileira só permite a prisão de um parlamentar em flagrante.
A nova solicitação veio depois que o político voltou à suplência do partido na Câmara Federal e perdeu o foro privilegiado. Isso aconteceu devido ao retorno do também paranaense deputado Osmar Serraglio para o cargo. Serraglio foi ministro da Justiça e recusou uma oferta da Presidência para assumir a pasta da Transparência após ser substituído por Torquato Jardim.
Loures é alvo do mesmo inquérito em que o presidente Temer é citado. Ambos são suspeitos de corrupção passiva, organização criminosa e obstrução da Justiça.
O suplente de deputado foi filmado pela Polícia Federal recebendo uma mala com R$ 500 mil em propina que teria sido entregue por um dos executivos da JBS.
Segundo as investigações, ele seria o homem de confiança de Temer e responsável por intermediar o recebimento de propinas de empresas.
Edição: Narley Resende

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