quarta-feira, 10 de outubro de 2012

EDUCAÇÃO: Universitários ficam sem visto para intercâmbio

De OGLOBO.COM.BR

Consulado americano não dará autorização para alunos de federais que fizeram greve
RIO - A greve de quase quatro meses das universidades federais, que obrigou instituições a empurrarem o fim do semestre letivo para o ano que vem e atrapalhou a vida acadêmica de milhares de estudantes, também acabou com o sonho de um grupo de universitários que pretendia fazer intercâmbio nos Estados Unidos. Depois de participarem de uma longa seleção, iniciada em março, e gastarem em média R$ 4 mil em passagem, seguro e hospedagem, eles foram informados na sexta-feira, pelo Student Travel Bureau (STB), de que não embarcarão. Segundo a empresa, que seleciona jovens para programas nos EUA, o consulado americano decidiu que alunos de universidades que fizeram greve não serão qualificados para o visto J1, de trabalho temporário.
De acordo com o consulado americano, para conseguir o visto, o aluno deve estar em seu período de férias longo. Mas algumas universidades só encerrarão o semestre em abril de 2013. Perplexos, os universitários criaram a página “Visto J1 para estudantes federais” no Facebook, curtida por mais de mil pessoas. Um abaixo-assinado também foi lançado na internet e já tem mais de 2.500 assinaturas. Os estudantes alegam que não foram alertados para o risco de a greve atrapalhar a viagem, que dura em média três meses. Dizem que mais de 300 pessoas foram prejudicadas em todo o país. E que cerca de 80 seriam do Rio.
A estudante Renata Rangel, que cursa economia na UFRJ, está indignada com a situação.
— Todos os estudantes já tinham conhecimento do atraso de seus respectivos calendários da faculdade e já tinham entrado em acordo com professores e coordenadores para adiantar ou adiar provas e trabalhos para poder participar do intercâmbio. O fato de oconsulado nos proibir de tirar o visto não somente tira das nossas mãos a decisão que nós devemos tomar acerca de nossos estudos, como também nos impede de ter uma experiência de trabalho internacional, que seria de grande benefício para nós — diz a menina. — Muitos de nós desistiram de estágios e oportunidades que apareceram para poder participar do programa. Além disso, todos já compraram passagens aéreas, pagaram seguro de vida e alguns já chegaram a pagar a hospedagem.
Em nota, o STB informou que, ao longo das etapas, todos os participantes estavam cientes das possíveis alterações. A empresa avalia soluções para minimizar o impacto da decisão. Já o Disney International College Program, que ia receber boa parte dos estudantes, afirmou que quem não puder embarcar este ano estará automaticamente aprovado e convidado a participar da segunda etapa do processo seletivo no ano que vem, desde que atenda aos critérios do programa.

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