quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

ECONOMIA: Veículos puxam queda de 0,2% da indústria em novembro

De OGLOBO.COM.BR
LUCIANNE CARNEIRO (EMAIL)

Em 12 meses, setor industrial acumula avanço de 1,1%

RIO - Após três altas seguidas, a produção industrial recuou 0,2% em novembro, frente a outubro. Frente a novembro de 2012, a produção avançou 0,4%. A indústria acumula alta de 1,4% em 2013 e de 1,1% em doze meses.
- Depois de uma sequência de três altas seguidas, há uma redução no ritmo da produção industrial em novembro. Esse desempenho não foi disseminado, teve um caráter concentrado, apenas uma categoria de uso registrou queda – afirma o gerente da coordenação de indústria do IBGE, André Luiz Macedo.
A produção de bens de capital – indicador de investimentos - recuou 2,6% em novembro, frente a outubro, a única entre as quatro categorias de uso a registrar queda. Bens intermediários avançaram 1,2%, a maior alta desde agosto de 2012 (2,1%). Seu peso é de 55% na produção industrial.
Já a produção de bens de consumo teve aumento de 0,5% em relação a outubro, sendo 0,3% em bens de consumo duráveis e 0,3% em semiduráveis e não duráveis. O recuo de bens de capital foi influenciado por caminhões e máquinas agrícolas, mas Macedo explica que este pode ser um comportamento pontual.
A queda da indústria foi puxada pelo desempenho negativo da indústria automobilística. A produção de veículos automotores caiu 3,2%, o segundo resultado negativo seguido (em outubro a queda tinha sido de 3,5%). Com isso, acumula perda de 6,6% em dois meses, após ganho de 9,1% nos meses de agosto e setembro.
Outras contribuições negativas vieram de máquinas e equipamentos (-3%) e edição, impressão e reprodução de gravações (-5,3%). Dos 27 setores da indústria pesquisados, 14 tiveram queda na passagem entre outubro e novembro.
O segmento de veículos automotores inclui automóveis, caminhões e autopeças. Segundo Macedo, ambos os tipos de veículos contribuíram para a queda da produção em novembro:
- A perda foi não só de automóveis, mas também de caminhões. O conjunto de veículos automotores mostrou perda de produção. No mês de novembro, ficou dividida entre automóveis e caminhões.
Se os veículos puxaram para baixo o desempenho, as principais influências positivas vieram da indústria farmacêutica, que subiu 9,6%, e do refino de petróleo e álcool, com alta de 4%. Segundo Macedo, esse desempenho do refino tem sido determinante no comportamento dos bens intermediários.
- Quando observa ao longo de 2013 as refinarias vêm operando com nível de capacidade instalada em patamares altos. Percebe-se uma estratégia de aumento importação dos derivados de petróleo – explicou Macedo.
Na comparação entre os meses de novembro de 2012 e de 2013 o perfil do desempenho da indústria foi diferente. O segmento de bens de capital avança 9,6%, a 11ª alta neste tipo de comparação, enquanto bens intermediários avançam 1,3%. O grupo de bens de consumo recua 2,2%, sendo queda de 4,1% dos duráveis e de 1,6% dos semiduráveis e não duráveis.
No acumulado do ano, os bens de capital avançam 14,2%, enquanto os bens intermediários têm variação positiva de apenas 0,2%, após queda de 1,6% em 2012. O crescimento dos bens intermediários concentra-se então na passagem entre outubro e novembro.
Macedo apontou que os segmentos de veículos automotores, refino, máquinas e equipamentos e outros equipamentos de transporte são os segmentos que mais contribuem para o ganho de 1,4% da produção industrial em 2013 até novembro.
- Temos o financiamento via Programa de Sustentação do Investimento (PSI), o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) reduzido para o setor.... Os incentivos governamentais atuaram diretamente nesse resultado – explicou ele.
Indústria ainda não recuperou perda de 2012
Analistas de mercado consultados pela Bloomberg esperavam queda de 1,1% na comparação mês a mês. A melhor das 38 projeções era de -0,3% e a pior, de -1,6%. Na comparação ano a ano, a expectativa era de queda de 0,8%, sendo a melhor de -1% e a pior, de -1,9%.
Apesar de 2013 já ter terminado, os dados fechados do ano passado só serão divulgados na próxima edição da pesquisa, a ser divulgada em fevereiro. Considerando os dados acumulados até novembro, a indústria brasileira ainda não recuperou a perda de 2,6% de 2012. Nos onze meses encerrados em novembro, a produção subiu 1,4%.
- O avanço de 2013 da indústria foi impulsionado principalmente por bens de capital. Mas até o mês de novembro a indústria geral tem crescimento de 1,4%, que não suplanta a queda de 2,6% de 2012 – disse Macedo.
No ano passado, a produção industrial teve um comportamento instável nos resultados mensais. Como uma gangorra, subiu e desceu alternadamente, principalmente no primeiro semestre. Nas últimas divulgações, no entanto, registrou três altas consecutivas, subindo 0,2%, 0,5% e 0,6% em agosto, setembro e outubro, respectivamente.
Para 2014, o mercado financeiro inicia o ano mais pessimista com o setor, na comparação com as projeções de 2013. Segundo a pesquisa Focus, divulgada pelo Banco Central na segunda-feira, os economistas do mercado preveem alta de 1,95%. Há uma semana, a expectativa era de crescimento de 2% e, há quatro semanas, de 2,10%. (Colaborou Clarice Spitz)

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