terça-feira, 13 de março de 2012

POLÍTICA: Lula, 2012 e 2014, uma odisseia eleitoral

Do POLÍTICA & ECONOMIA NA REAL

Lula voltou neste fim de semana para casa, um tanto mais magro, curado da pneumonia. Até o fim do mês terá o exame definitivo para saber se está com o câncer da laringe "zerado", como se diz popularmente. Os médicos que o acompanham garantem que seguido um repouso absoluto até lá, já pelos meados de abril ele poderá retomar o que mais gosta na vida - fazer política. Porém, mesmo com esta chancela médica, as duas idas de Lula para o hospital em espaços de duas semanas, abatido por causa da queda de suas imunidades como consequencia do rigoroso tratamento a que se submeteu (e também pela inobservância de certa moderação de atividades nesse período), abriram para os aliados, de um modo geral, e os parceiros mais diretos, a terrífica visão de que não deverão (não poderão) contar com um Lula 100% provocador por um bom tempo.
Lula, 2012 e 2014, uma odisseia eleitoral - II
Esta possibilidade real de ter que lidar com um Lula mais moderado já abriu também disputas na seara oficial tanto para o futuro imediato de 2012, como para o futuro mais distante de 2014. Este ano, quem contava com Lula para alavancar candidaturas e ajudar a impingir derrotas humilhantes na oposição, em outubro, já está tirando não somente "o cavalinho", mas "a tropa inteira da chuva". Queira ou não a presidente Dilma, tal situação vai obrigá-la a cair na vida eleitoral mais visivelmente do que apenas dando apoio "logístico" aos aliados. Terá de mostrar a cara - e não apenas em SP. (Aliás, São Paulo, com as brigas internas do PT para ver quem comanda a campanha de Fernando Haddad, politicamente e financeiramente, com o ex-ministro patinando nas pesquisas, e com a dificuldade de somar aliados à candidatura do ex-ministro da Educação, é o mais límpido sinal da falta que Lula faz. Em outros municípios, começam a pipocar também indícios de que a união dos aliados federais no nível das prefeituras também começa a desandar).
Lula, 2012 e 2014, uma odisseia eleitoral - III
No plano de 2014, por mais cruel que isso possa parecer, os aliados também já dão indicações de que estão atordoados com a possibilidade de não terem mais "um craque no banco de reservas" (expressão usada por Gilberto de Carvalho como uma ameaça quando se falava no plano da oposição de desestabilizar politicamente Dilma). E já fazem movimentos para o jogo da sucessão presidencial nessas condições. Os movimentos do PMDB na Câmara (manifesto dos deputados Federais) e no Senado (participação decisiva, porém não única, na derruba do diretor-geral da ANTT) são lances que extrapolam as divergências por cargos e verbas e as eleições de outubro. O olho do furacão peemedebista está em 2014. Lula é o grande avalista de peso do PMDB na coalizão (mais parece uma "colisão") governista. Nunca foi sonho de consumo de Dilma, como ela tem demonstrado na prática ao tratar os ministros do PMDB como essência de segunda categoria.
Lula, 2012 e 2014, uma odisseia eleitoral - IV
Os peemedebistas temem perder o lugar de vice de Michel Temer para o PSB e, ao mesmo tempo, preparam-se para uma eventual possibilidade, dependendo do andar da carruagem econômica, de as forças aliadas ficarem sem uma candidatura forte em 2014. Os mesmos passos do PSB do governador Eduardo Campos - vice ou candidatura própria no ano da Copa - é o foco do partido. As outras legendas olham também para o fato de Dilma, por modo próprio ou induzida por circunstâncias, entre elas um menor protagonismo forçado de Lula, estar redesenhando a correlação de forças na base aliada, não só com a redivisão da participação dos partidos no poder como também dentro do próprios partidos. No PT, por exemplo, é visível a perda de força do mundo baiano do governador Jaques Wagner (perdeu de uma só vez Florence no ministério do Desenvolvimento Agrário, Negromonte no ministério das Cidades e Gabrielli na Petrobras), a contenção do "paulistanismo" e a ascensão dos gaúchos de sua lavra política.

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