terça-feira, 20 de março de 2018

SEGURANÇA: Comandante do Exército se diz 'muito preocupado' com incerteza sobre a intervenção

OGLOBO.COM.BR
POR DANIELLE NOGUEIRA

'Isso inclui todo o sistema de segurança pública e o sistema prisional', afirma general Eduardo Villas Bôas

O Comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, participa de comissão do Senado - Ailton de Freitas/Agência O Globo/22-06-2017

RIO - O comandante do Exército brasileiro, o general Eduardo Villas Bôas, disse nesta terça-feira que está "muito preocupado" com a intervenção no Rio devido à incerteza sobre o alcance dos objetivos do processo. Ele disse ainda que o interventor, o general Walter Souza Braga Netto, apresentará nesta terça-feira ao governo federal a conta da intervenção e que a cifra gira em torno de R$ 1,5 bilhão, de dívidas contraídas este ano. Ainda resta R$ 1,6 bilhão de despesas (empenhadas, mas não pagas) de 2016 até 2017.
Na segunda-feira, o interventor se reuniu com deputados e teria apresentado a conta de R$ 3,1 bilhões conforme reportagem publicada pelo GLOBO.
— Estou otimista e muito preocupado, devido à incerteza de que vamos atingir todos os objetivos. Nossa determinação é, ao sair (do Rio), deixar como legado uma mudança nas estruturas, de forma que elas tenham condições de seguir por si só. Isso inclui todo o sistema de segurança pública e o sistema prisional. A nossa lei de execução penal (também) tem que se adequar de maneira efetiva, para atingir essas estruturas do crime organizado. Isso tudo não será solucionado em dez meses — disse Villas Boas, após participar de evento na sede do BNDES, no Rio.
Segundo o general, Braga Netto apresentará, nesta terça-feira, um plano detalhado ao ministro da Segurança Pública, Raul Jungman, com demanda de cerca de R$ 1,5 bilhão para realizar a intervenção federal no Rio. Ele evitou entrar em polêmica com os deputados e disse que não sabia detalhes do plano ou se a conta incluía pagamentos em atraso.
— O que o general Braga Netto vai apresentar como necessidade (para a intervenção) é pouco mais de R$ 1 bilhão. Houve uma interpretação dos deputados, que anunciaram esse R$ 3 bilhões — disse Villas Boas. — O governo anunciou a possibilidade de disponibilizar R$ 800 milhões. Isso vai exigir que a equipe de intervenção faça os ajustes necessários para otimizar os recursos disponíveis.
Reportagem publicada na edição desta terça-feira no GLOBO cita levantamento feito em fevereiro por assessores do general Braga Netto que mostra que as secretarias de Segurança (PM e Polícia Civil) e de Administração Penitenciária (Seap) não têm recursos para novos investimentos. As duas pastas estão sob controle do interventor. Na ponta do lápis, as dívidas incluem R$ 1,6 bilhão em restos a pagar de 2016 e 2017 e cerca de R$ 1,5 bilhão de gastos previstos para este ano.
Villas Boas lembrou ainda as raízes da violência no Rio, atribuindo-a a décadas de demandas e necessidade básicas da população não atendidas e explicou por que as Forças Armadas deixaram a Vila Kennedy, considerada uma espécie de laboratório e ícone da intervenção.
— Temos que considerar que o Rio tem mais de 800 comunidades. Nessa fase inicial, vamos procurar ter uma atuação o mais extensivo possível de forma que consigamos melhorar a percepção de segurança, que é chave — disse.
O general também comentou o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL):
— Vejam esse injustificável assassinato. Ela intensifica a polarização da sociedade.
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