segunda-feira, 19 de março de 2018

MUNDO: Trump aumenta pressão sobre Mueller e preocupa partido

OGLOBO.COM.BR
POR O GLOBO

Republicanos no Congresso pedem fim de ataques a procurador especial

Presidente americano, Donald Trump, na Casa Branca - Kevin Lamarque / REUTERS

WASHINGTON — Em uma série de publicações no Twitter, o presidente americano, Donald Trump, atacou ontem a equipe do procurador especial Robert Mueller, que comanda as investigações sobre possíveis conluios entre a campanha republicana e hackers russos que teriam tentado interferir na disputa presidencial americana em 2016. As críticas de Trump intensificaram as especulações de que o presidente tenha planos de demitir Mueller, algo que o Partido Republicano quer evitar a todo custo.
O senador do Arizona Jeff Flake afirmou à CNN que a liderança do partido pretende frear os comentários do presidente e qualquer possível tentativa de forçar um fim da investigação.
— Conversei com meus colegas — afirmou Flake. — Se ele perseguir Mueller, teremos que tomar alguma medida.
A pressão sobre Mueller e os comentários sobre a demissão do vice-diretor do FBI, Andrew McCabe, também foram duramente criticados por outros nomes do Partido Republicano, como o líder do Partido na Câmara, Paul Ryan; os senadores Rand Paul, James Lankford, Marco Rubio e Lindsey Graham; o ex-governador de Nova Jersey, Chris Christie, e o congressista Trey Gowdy, presidente da Comissão de Supervisão da Câmara.
ERROS EM ACUSAÇÕES
Os ataques de Trump contra Mueller e sua equipe — descrita pelo presidente como “um grupo de 13 democratas linha-dura, alguns apoiadores da ‘desonesta Hillary’ e nenhum republicano” — vieram logo após o advogado pessoal de Trump, John Dowd, pediu o fim das investigações sobre a interferência russa.
“Rezo para que o procurador geral em exercício, Rod Rosenstein, siga o brilhante e corajoso exemplo da Agência de Responsabilidade Profissional do FBI e do procurador-geral, Jeff Sessions, e dê um fim às investigações sobre o suposto conluio com a Rússia criadas pelo chefe de McCabe, James Comey, com base num dossiê corrupto e fraudulento”, afirmou Dowd num comunicado enviado à CNN.
Apesar das acusações de Trump, o jornal “Washington Post” destacou que Mueller é um republicano de longa data, tendo sido indicado para o comando do FBI em 2001 por outro republicano, o então presidente George W. Bush, e destacado para a investigação especial por Rosenstein (do mesmo partido), escolhido por Trump para ocupar o cargo de vice-procurador-geral.
Os tuítes de Trump foram analisados pelo “Washington Post”, que encontrou uma série de erros e informações falsas nas declarações do presidente, como por exemplo a de que a Comissão de Inteligência da Câmara conclui que não havia conluio entre a campanha e a Rússia, quando na verdade, a Comissão disse não ter encontrado evidências de conluio, mas vários integrantes destacaram que o inquérito seguia incompleto e testemunhas-chaves não haviam sido entrevistadas.
— O presidente segue dizendo que não há nada a investigar e que não fez nada de errado — afirmou o senador independente Angus King. — Se eles não fizeram nada de errado, por que estão fazendo tamanho esforço para minar a investigação?

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