quinta-feira, 21 de maio de 2015

EMPREGO: Taxa de desemprego fica em 6,4% em abril, a maior desde maio de 2011

OGLOBO.COM.BR
POR LUCIANNE CARNEIRO

Pesquisa Mensal de Emprego, do IBGE, mostra queda de 2,9% no rendimento frente ao igual mês do ano passado
Candidatos preenchem ficha de emprego no Rio - Dado Galdieri/10-11--2014 / Bloomberg News

RIO - A taxa de desemprego ficou em 6,4% em abril, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), do IBGE, que inclui dados de seis regiões metropolitanas (Rio, São Paulo, Belo Horizonte, Recife, Salvador e Porto Alegre). Essa é a maior taxa de desemprego desde maio de 2011, quando também ficou em 6,4%. Em abril de 2014, a taxa foi de 4,9%.
Em março, o nível de desocupação foi de 6,2%. O IBGE considera que a variação de 0,2 ponto percentual entre março e abril não é estatisticamente relevante e, por isso, avalia a passagem entre os dois meses como estabilidade.
Já o rendimento real foi de R$ 2.138,50, o que representa uma queda de 0,5% frente a março. Na comparação com abril de 2014, o recuo da renda foi mais expressivo, de 2,9%. Foi o terceiro mês consecutivo de queda no salário real frente ao mês anterior.
A população desocupada foi de 1,557 milhão em abril, ou 63 mil pessoas a mais que em março. A variação foi de 4,2%, também considerada irrelevante pelo IBGE. Frente a abril de 2014, havia 384 mil pessoas desocupadas a mais, ou 32,7%. A população ocupada chegou a 22,769 milhões em abril, ou 42 mil pessoas a mais que em março, uma variação de 0,2%. Frente a abril, foram 171 mil pessoas ocupadas a menos, ou 0,7%.
O mês de abril registrou recuo no emprego com e sem carteira assinada, tanto em relação a março quanto em relação a abril de 2014. O contingente de trabalhadores com carteira assinada era de 11,486 milhões em abril, 55 mil a menos que em março, ou 0,5%. Frente a abril de 2014, são 219 mil pessoas a menos nesse grupo, ou 1,9%. Já o contingente dos trabalhadores sem carteira atingiu 1,896 milhão em abril, 25 mil pessoas a menos que em março, ou 1,3%, e 59 mil pessoas a menos que em abril de 2014.
Por grupamento de atividade, houve recuo na população ocupada na indústria e na construção civil em relação a março. Na indústria, foram 5 mil a menos, enquanto na construção civil foram 21 mil trabalhadores a menos.
MAIS DESOCUPADOS E MENOR GERAÇÃO DE VAGAS
O salto do desemprego entre abril de 2014 e de 2015 é explicado pelo aumento da população desocupada e pela menor geração de vagas. De um lado, são 384 mil a mais no contingente de desocupados, o que representa um aumento de 32,7%, a maior taxa da série histórica, iniciada em março de 2002. Enquanto isso, a população ocupada caiu em 171 mil pessoas, ou 0,7%.
Ao mesmo tempo, a população não economicamente ativa — aqueles que têm idade para trabalhar, mas não buscam trabalho — teve um crescimento menor, de 0,4%.
— Esse aumento da população desocupada está sendo abastecido tanto por aqueles que perdem trabalho, mas também por pessoas que não estavam procurando trabalho e agora estão — explica a técnica da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.
Ao longo de 2014, a população não economicamente ativa registrava taxas de expansão expressivas, o que ajudava a reduzir a pressão sobre o mercado de trabalho. Especialistas apontavam que o movimento podia ser explicado pela renda mais alta, que permitia que outros integrantes da família ficassem fora do mercado, principalmente jovens, que podiam assim estudar. Agora, o recuo na renda pode estar levando as pessoas de volta à busca por trabalho.
— Nos deparamos com uma redução do rendimento real, enquanto essa população não economicamente ativa cresce menos. Podem ser fatores ligados entre si. Pode ser que a redução ou menor crescimento da inatividade agora esteja relacionada à redução do rendimento — disse Adriana.

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