quinta-feira, 21 de maio de 2015

CASO PETROBRAS: Polícia Federal prende operador que pagou por consultoria de Dirceu

OGLOBO.COM.BR
POR JULIANNA GRANJEIA E THAIS SKODOWSKI, ESPECIAL PARA O GLOBO

Milton Pascowitch é citado como operador de propina na Petrobras pelo delator Pedro Barusco


SÃO PAULO E CURITIBA — O operador Milton Pascowitch, preso nesta quinta-feira durante a realização da 13ª fase da operação Lava-Jato, é citado pelo ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco como operador de pagamento de propina oriunda de contratos da estatal. Milton também pagou, por meio de sua empresa, a Jamp Engenheiros Associados Ltda, R$ 1,45 milhão à JD Consultoria, de José Dirceu. Os pagamentos a Dirceu foram realizados em 2011 (R$ 300 mil) e em 2012 (R$ 1,1 milhão).
A Polícia Federal deflagra desde a madrugada desta quinta-feira a 13ª fase da Operação Lava-Jato em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. São seis mandados judiciais, sendo quatro de busca e apreensão, um de de condução coercitiva, quando a pessoa é obrigada a prestar depoimento, e um de prisão preventiva.
Além de Milton Pascowitch, morador do Morumbi, bairro nobre de São Paulo, ter sido levado em prisão preventiva, José Adolfo, irmão de Pascowitch, foi alvo da PF. Um mandado de condução coercitiva foi expedido contra ele, ou seja, foi levado por agentes e obrigado a depor. Milton Pascowitch deve ser levado para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde permanecerá à disposição da Justiça Federal.
Pascowitch, dono da empresa Jamp, é considerado na investigação como um dos 11 operadores de propinas que atuavam na Diretoria de Serviços da Petrobras, comandada na época pelo engenheiro Renato Duque — que atualmente cumpre prisão domiciliar no Rio de Janeiro.
O empresário prestava serviços à Ecovix, empresa de engenharia consultiva e gerenciamento de obras nas áreas de indústria naval e offshore.
Em depoimento prestado em março, o empresário Gerson Almada, da Engevix, declarou que, a pedido de Pascowitch, repassou dinheiro para o PT, “para Vaccari” (João Vaccari Neto, então tesoureiro do PT, que está preso em Curitiba).
— Como ele (Pascowitch) tinha relacionamento com o pessoal do PT trazia pedidos não vinculados a obras, mas a doações para o partido nas épocas das eleições ou em dificuldades de caixa do partido — disse Almada.
Pascowitch já havia prestado depoimento na sede da Polícia Federal de São Paulo na nona etapa da Operação Lava-Jato, realizada em fevereiro deste ano.
A Operação Lava-Jato foi deflagrada em março de 2014 e investiga um esquema bilionário de corrupção na Petrobras que envolve lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Nas primeiras 12 fases, a PF cumpriu quase 400 mandados judiciais, que incluem prisões preventivas, temporárias, busca e apreensão e condução coercitiva (quando o suspeito é levado a depor). As investigações policiais e do MPF podem resultar ou não na abertura de ações na Justiça. Ao todo, 19 ações penais e cinco ações civis públicas foram instauradas na Justiça Federal.
O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância do Judiciário, aceitou denúncia contra 82 pessoas. São alvo de ações as empreiteiras Camargo Corrêa, Sanko-Sider, Mendes Júnior, OAS, Galvão Engenharia e Engevix.

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