quinta-feira, 1 de novembro de 2018

ECONOMIA: Bolsa fecha em patamar recorde e dólar cai a R$ 3,69

OGLOBO.COM.BR
Rennan Setti, João Sorima Neto

Moeda americana também se desvalorizou frente a outras divisas emergentes no exterior
 
Notas e moedas de dólar Foto: Pixabay

RIO e SÃO PAULO - Na véspera do feriado de Finados, o dólar comercial registrou mais uma queda, enquanto o Ibovespa, principal índice do mercado de ações brasileiro, bateu mais um recorde de pontuação. A moeda americana fechou em queda de 0,45% ante o real, cotada a R$ 3,69 para venda. O real acompanhou o desempenho de outras moedas de países emergentes, que se fortaleceram com o avanço na negociação do Brexit desencadeando sentimento positivo nos mercados de câmbio globais e sinais positivos do governo chinês para a economia. O dollar spot, índice da Bloomberg que acompanha o desempenho da divisa americana frente a uma cesta de moedas, recuava 0,88% no fechamento do pregão brasileiro.
- O exterior ajudou, mas a cena interna, especialmente os nomes que estão surgindo para o ministério do novo governo, também tiveram influência na expectativa do mercado. Muitos investidores já desmontaram posições do chamado hedge (proteção) eleitoral no mercado futuro, o que ajudou na queda da divisa. Acredito que o dólar pode buscar o patamar de R$ 3,50 em algum momento, com os estrangeiros voltando à Bolsa e mais empresas investindo - disse Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da corretora Treviso.
SegundoJefferson Luiz Rugik, da corretora de câmbio Correparti, declarações do governo chinês, reiterando medidas para estabilizar o emprego, as finanças, o comércio exterior, os investimentos e as expectativas do mercado animaram os investidores. Além disso, o Reino Unido e a União Europeia também chegaram a acordo preliminar sobre permitir que os bancos tenham acesso ao mercado único mesmo após o Brexit, de acordo com a imprensa internacional, o que anima os investidores.
BOLSA TOCA 89 MIL PONTOS
No mercado acionário, o índice de referência da Bolsa, Ibovespa, bateu novo recorde histórico de pontuação, segundo a B3. O índice fechou em 88.419 pontos, uma alta de 1,14%. O recorde anterior havia sido batido em 26 de fevereiro passado, quando a pontuação alcançou 87.652 pontos. Durante a sessão, o Ibovespa chegou a tocar nos 89.017 pontos na máxima do dia, com alta de 1,82%. O giro financeiro também foi elevado: R$ 18,8 bilhões.
- Por aqui, balanços corporativos, como o do Bradesco, que veio muito bom, ajudaram a Bolsa. Aliado a isso, houve um clima mais otimista nos exterior, com as Bolsas americanas recuperando perdas recentes e fechando em alta de mais de 1% - disse Luis Roberto Monteiro, operador da corretora Renascença.
No cenário doméstico, os investidores também reagiram à sinalização do Banco Central, que, ao manter os juros brasileiros em 6,5% ao ano na noite de quarta-feira, indicou que a taxa pode ficar estacionada nesse patamar por mais tempo que o anteriormente esperado.
Na Bolsa, as ações do Bradesco foram destaque de alta depois do balanço do terceiro trimestre do banco ter sido divulgado. Os papéis ordinários subiram 5,06% (ON, com voto, a R$ 31,78) e 5,71% (PN, sem voto, por R$ 36,26). O segundo maior banco privado do país registrou aumento de 13,7% no lucro do terceiro trimestre na comparação anual, com recuo nas provisões para perdas com empréstimos duvidosos. O lucro líquido recorrente somou R$ 5,47 bilhões. as ações preferenciais do Itaú subiram 1,36% a R$ 49,90.
Já as ações da Petrobras fecharam em queda e limitaram a alta do índice. Os papéis preferenciais recuaram 1,26% a R$ 27,27 e os ordinários perderam 1,64% a R$ 29,82.
A maior queda foi da B2W, que opera os sites de comércio eletrônico Americanas.com e Submarino. A empresa registrou prejuízo líquido de R$ 105,8 milhões no terceiro trimestre, maior que o estimado. A ação ordinária da companhia registrou queda de 6,84% a R$ 32,14.
GOL TEM PREJUÍZO
A Gol divulgou nesta quinta que teve prejuízo líquido de R$ 409 milhões no terceiro trimestre, devido principalmente à depreciação do real e aos preços mais elevados do petróleo. A perda, maior do que a esperada, levou a companhia a revisar negativamente suas estimativas para o ano inteiro. A empresa agora espera um prejuízo líquido por ação entre R$ 1,8 e R$ 2 no ano, ante estimativa anterior de prejuízo de R$ 1 e R$ 1,2 real por ação.
Para o próximo ano, foi mantida a estimativa de um lucro entre R$ 1,5 a R$ 1,9 real por ação. Mesmo assim, a empresa teve melhores indicadores operacionais, com receita de R$ 2,9 bilhões no período, alta de 8% em relação ao mesmo período do ano anterior, resultado de maior demanda e maior eficiência na gestão da frota. Os papéis preferenciais da empresa subiram 4,62% a R$ 19,25.
REFORMA DA PREVIDÊNCIA NA PAUTA
O tema da reforma da Previdência voltou ao centro do debate nesta quinta-feira, depois de uma equipe de especialistas coordenada pelo ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga e pelo economista Paulo Tafner terem preparado para o governo eleito proposta alternativa que promete alívio de R$ 1,3 trilhão aos cofres públicos ao longo de dez anos. A economia é quase o triplo da prevista com o texto que tramita hoje no Congresso. O plano é um dos que serão analisados pelo time de Paulo Guedes, indicado para ser ministro da Economia do governo de Jair Bolsonaro. 
"Ainda não está claro qual vai ser o modelo seguido pelo novo governo, com novas propostas sendo apresentadas, que podem ser melhores, mas demorariam mais para serem aprovadas, e discursos que falam de pragmatismo e foco na reforma do Temer", escreveram os analistas da corretora XP em relatório distribuído a clientes. "Apesar da incerteza, o fato de estarmos discutindo a reforma da previdência na primeira semana do presidente eleito é positivo."

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