sexta-feira, 1 de setembro de 2017

ECONOMIA: Emprego nos EUA e PIB fazem Ibovespa chegar aos 72 mil pontos

OGLOBO.COM.BR
POR ANA PAULA RIBEIRO

Patamar é o maior desde novembro de 2010; dólar cai para R$ 3,142

SÃO PAULO - Os dados de emprego mais fraco nos Estados Unidos fazem o dólar recuar nesta sexta-feira, com a expectativa cada vez maior que o aumento de juros pelo Federal Reserve (Fed, o bc americano) será postergado. O dólar comercial cai 0,22% ante o real, cotado a R$ 3,142. Já o Ibovespa, principal índice de ações da B3 (ex-BM&FBovespa) sobe 1,87%, aos 72.161 pontos, com a ajuda de um Produto Interno Bruto (PIB) melhor que o esperado. Esse é o maior patamar desde novembro de 2010.
— A economia americana está saudável e com mercado de trabalho robusto, mas ao mesmo tempo sem necessidade de um processo de normalização mais rápido das taxas de juro. Esse ambiente permite uma liquidez internacional abundante e favorável para os ativos de risco. Junto a isso, a alta do PIB no Brasil potencializa a alta do Ibovespa. Os números mostram que a recuperação da economia está acontecendo — avaliou Rogério Freitas sócio-diretor da Florença Investimentos.
O PIB do segundo trimestre veio melhor que o esperado, o que faz investidores apostarem em uma retomada da economia. A expectativa era de uma estabilidade, mas houve o crescimento de 0,2% em relação ao trimestre imediatamente anterior. Outro dado que surpreendeu foi o aumento do consumo das famílias. De negativo, os analistas destacaram a queda da taxa de investimento. “Os números estão mais fortes que o esperado e mostrando uma expansão na comparação anual”, reforçaram, em nota a clientes, os analistas da Yield Capital.
No Ibovespa, a alta e puxada pelo setor de siderurgia, que se beneficia do cenário de recuperação interna, mas principalmente pela demanda contínua por parte da China. os papéis da Usiminas sobem 7,64% e os da Gerdau, 6,91%. Já no caso da CSN a valorização é de 6,55%.
As ações mais negociadas estão todas em alta. No caso da Petrobras, as preferenciais (PNs, sem direito a voto) sobem 3,88%, cotadas a R$ 14,18, e as ordinárias (ON, com direito a voto) avançam 5,15%, a R$ 14,69. Essa valorização ocorre mesmo com a leve queda do preço do petróleo no mercado internacional. O barril do tipo Brent recua 0,28%, a US$ 52,71 obrigada.
Também estão em terreno positivo os papéis da Vale, com alta de 1,99% nos PNs e 2,23% nos ONs. As preferenciais do Itaú Unibanco e do Bradesco, sobem, respectivamente, 2,62% e 2,68%. O setor bancário é o de maior peso na composição do índice.
As ações da BRF também registram forte alta. Os papéis avançam 1,97%, refletindo o anúncio, ontem à noite, de mudança na presidência da empresa. Pedro Faria ficará no cargo até 31 de dezembro e a companhia procura no mercado o seu substituto. Já os papéis da JBS estão estáveis. Pela manhã, uma decisão da Justiça suspendeu a assembleia extraordinária da empresa marcada para hoje.
O principal fator a estimular os mercados é a divulgação de que os Estados Unidos, em agosto, criaram 156 mil vagas, abaixo dos 180 mil novos postos de trabalho esperados. A taxa de desemprego ficou em 4,4%, ante expectativa de 4,3%. Com esse sinal de mercado de trabalho mais fraco, cresce a aposta de que o Fed não irá aumentar os juros neste ano. A taxa está entre 1% e 1,25% ao ano. Com juro ainda em patamar muito baixo, a liquidez global seguirá em alta, facilitando os investimentos em emergentes.
O “dollar index’, que mede o comportamento do dólar frente a uma cesta de dez moedas, registra uma leve alta de 0,12%.

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