terça-feira, 29 de agosto de 2017

POLÍTICA: Em vídeo, Temer diz que 'querem parar o Brasil', mas que tem 'força para resistir'

OGLOBO.COM.BR
POR EDUARDO BARRETTO

Sem citar nomes e à espera de receber segunda denúncia do procurador-geral Rodrigo Janot, presidente diz que 'tem gente' contra o país

BRASÍLIA - À espera de receber do Ministério Público Federal (MPF) uma segunda denúncia contra si — desta vez, por obstrução à Justiça e associação criminosa —, o presidente Michel Temer afirmou nesta terça-feira, sem citar nomes, que "tem gente que quer parar o Brasil", mas que ele "tem a força necessária para resistir". Em vídeo antes de embarcar à China, Temer pediu otimismo aos brasileiros e defendeu concessões e privatizações.
— Sabemos que tem gente que quer parar o Brasil, e esse desejo não tem limites. Querem colocar obstáculos ao nosso trabalho, semear a desordem nas instituições, mas tenho a força necessária para resistir. Nenhuma força me desviará desse rumo — disse.
A afirmação ocorre um dia após o procurador-geral Rodrigo Janot, no evento "E agora, Brasil", organizado pelo GLOBO, dizer que não deixaria de praticar "atos de ofício", apesar de seu mandato estar próximo do fim.
Na gravação, Temer ainda abordou outro assuntos. Declarou que a sociedade é a única beneficiada das ações do governo e também prometeu buscar investimentos na China, para onde viaja por oito dias a partir desta terça-feira.
Na semana passada, o Palácio do Planalto anunciou 57 projetos para serem vendidos ou concedidos ao setor privado, como Eletrobras, 14 aeroportos, Casa da Moeda e Parque Olímpico.
— O brasileiro é trabalhador e generoso. Se estão desconfiados da política é porque já sofreram muito e amargaram grandes decepções. Mas no fim sempre torcem para dar certo. Vai dar certo. Não vamos deixar que a agenda negativa venha abater o nosso ânimo — disse o presidente com aprovação de 5%, a mais baixa em três décadas, segundo o último levantamento do Ibope.
FLECHAS DE JANOT
O próprio Planalto passou a admitir que Temer pode ser denunciado novamente. Nesta segunda-feira, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, falou a jornalistas duas vezes dessa possibilidade, e disse esperar que o Ministério Público (MP) cumpra a lei.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, tem até o próximo dia 17, fim do seu mandato, para apresentar a denúncia criminal contra o presidente. Até o dia 6, Temer estará na China, por conta de uma visita de Estado e do encontro dos Brics.
Para o lugar de Janot à frente da Procuradoria-Geral da República (PGR), Temer escolheu a subprocuradora Raquel Dodge, vista como opositora ao atual procurador. Na lista tríplice do MP, ela foi a segunda mais votada.
A Constituição permite que o presidente não selecione o primeiro da lista. No entanto, os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff escolheram o nome com mais votos dos procuradores.
Janot já denunciou Temer por corrupção passiva há dois meses, mas a denúncia foi barrada pelo plenário da Câmara. A Casa deve dar aval a denúncias contra o presidente, antes de o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir se aceita a acusação e torna réu o chefe do Executivo.
Quando o STF aceita a denúncia, o presidente é afastado do Planalto enquanto o caso é julgado ou em até seis meses. Temer ainda é investigado no Supremo por organização criminosa e obstrução de Justiça.
Em vídeo gravado antes de ir à China, Michel Temer afirmou que 'querem parar o Brasil', mas que ele tem a 'força necessária para resistir' - Reprodução

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