sexta-feira, 9 de outubro de 2015

ECONOMIA: Cenário externo favorece e dólar recua 0,79%, a R$ 3,764

OGLOBOCOM.BR
POR ANA PAULA RIBEIRO

Na mínima, moeda chegou a R$ 3,737; Bolsa sobe 0,35%, nova alta seguida

Inspeção de notas de dólar - Andrew Harrer / Bloomberg News

SÃO PAULO - O dólar comercial tem um novo pregão de enfraquecimento ante o real e outras moedas de países emergentes, ainda refletindo as expectativa de postergação do aumento dos juros nos Estados Unidos. Às 10h41, a moeda americana era negociada a R$ 3,762 na compra e a R$ 3,764 na venda, um recuo de 0,79%. Na quinta-feira, a divisa já havia recuado 2,14%, a R$ 3,794. Na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), o Ibovespa sobe 0,35%, aos 49.280 pontos, entrando em seu nono pregão de ganhos consecutivos.
Na mínima, a divisa chegou a R$ 3,737. A moeda americana perde força com a sinalização do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de que os juros não devem subir neste ano. A ata da última reunião de política monetária, divulgada na quinta-feira, mostrou que a autoridade monetária dos Estados Unidos está preocupada com a desaceleração da economia global e que isso tem contribuído para a manutenção das taxas de juros em níveis próximos ao zero. Para analistas, é baixa a probabilidade de um aumento de juros nos Estados Unidos ainda esse ano.
A retirada de estímulos monetários nos Estados Unidos e a expectativa em relação ao aumento dos juros têm contribuído para a desvalorização do dólar em todo mundo desde o ano passado. Agora, com esse adiamento, os investidores internacionais ficam mais propensos a tomar risco, e aí direcionam parte de seus recursos para outras economias, como a dos países emergentes. Com mais entrada de recursos, as moedas desses locais tendem a se recuperar. O peso colombiano também tem alta em torno de 1% nesta sexta-feira, assim como o dólar australiano. O “dollar index”, que mede o comportamento do dólar em relação a uma cesta de dez moedas, cai 0,42%.
Alguns emergentes se beneficiam ainda da recuperação do preço do petróleo. Desde a semana passada, com a redução dos estoques, o preço da matéria-prima está em recuperação. O barril do tipo Brent, que estava sendo negociado pouco acima dos US$ 42 em agosto, nesta sexta-feira tem alta de 0,57%, a US$ 53,35.
Já no campo interno, seguem as preocupações com a fraca articulação política do governo, que impede a votação das medidas de ajuste fiscal, o que pode causar volatilidade nos negócios dos mercados financeiros, mas que acaba sendo minimizada pelo maior apetite ao risco no cenário global.
Há o temor de que, sem a melhora das contas públicas, o país perca o grau de investimento em outras agências de classificação de risco. No mês passado, a Standard & Poor’s retirou esse selo de bom pagador do Brasil, mas a Moody’s e a Fitch ainda não fizeram essa alteração.
“Internamente, os esforços do Planalto para a aprovação dos vetos presidências no Congresso, agora marcado para a próxima terça-feira, além das manobras da presidente e de seus aliados no sentido de impedir a abertura do processo de impeachment, compõe o complicado cenário político”, lembrou Ricardo Gomes da Silva Filho, superintendente da Correparti Corretora de Câmbio.
NONA ALTA SEGUIDA
A Bolsa opera em alta pelo nono pregão seguido. Na avaliação de Marco Aurélio Barbosa, analista da CM Capital Markets, a menor aversão ao risco também favorece os negócios na Bolsa, apesar do ambiente político ainda conturbado - embora a expectativa é que o governo consiga ter um maior protagonismo na articulação com a base aliada e, assim, aprovar algumas medidas do ajuste fiscal.
— A interpretação do mercado após a ata do Fed é é que o processo de normalização dos juros nos EUA ficou para 2016. Sendo assim, a disponibilidade de investimentos para mercados emergentes aumentou sem a competição da alta dos juros na maior economia do mundo — explicou.
As ações de maior liquidez operam em alta. Os papéis preferenciais (PNs, sem direito a voto) da Petrobras registram alta de 1,14%, cotados a R$ 8,85, e os ordinários (ONs, com direito a voto) avançam 1,30%, a R$ 10,89. No caso das PNs da Vale, a alta é de 2,07% e, nas ONs, de 2,94%.
No exterior o pregão também é de ganhos. O DAX, de Frankfurt, sobe 1,15%, e o CAC 40, da Bolsa de Paris, tem alta de 0,92%. Já o FTSE 100, de Londres, tem valorização de 0,86%. Nos Estados Unidos, o Dow Jones sobe 0,21% e o S&P 500 registra variação positiva de 0,88%.

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