Do ESTADAO.COM.BR
Renan Carreira, da Agência Estado
Trabalhadores exigem uma compensação pela alta inflação argentina, que pode BUENOS AIRES - A cidade de Buenos Aires, capital da Argentina, mergulhou no caos nesta terça-feira após uma greve geral feita por sindicatos que se opõem ao governo da presidente Cristina Kirchner bloquear os transportes rodoviário, ferroviário e aéreo, com o objetivo de expressar seus descontentamentos.
Os manifestantes bloquearam as principais rodovias e avenidas, os bancos foram fechados e os trens e uma linha de metrô que servem Buenos Aires estavam ociosas. Não estava imediatamente claro qual foi o efeito, se teve algum, da greve geral de 24 horas nas províncias.
A companhia aérea Aerolíneas Argentinas informou que cancelou ou reprogramou dezenas de voos, já que sindicatos aeronáuticos abandonaram o trabalho. O Latam Airlines Group, que é o maior grupo na América Latina em número de passageiros e que resultou da fusão da brasileira TAM com a chilena LAN, alertou sobre interrupções em seus voos.
Hugo Moyano e Pablo Micheli, chefes dos sindicatos, convocaram a greve desta terça-feira para pedir alívio no imposto de renda para trabalhadores e melhores salários, em meio a um cenário de inflação de dois dígitos.
A ação sindical é o mais recente desafio para Cristina, cuja popularidade despencou este ano por causa da percepção da população quanto ao aumento da criminalidade, à fraqueza da economia e à alta da inflação.
Cristina convocou os trabalhadores para defender suas políticas, que ela diz que criaram mais de cinco milhões de empregos desde 2003, quando o marido dela, Néstor Kirchner, foi eleito presidente na sequência de uma devastadora crise econômica.
Os grevistas exigem um aumento do salário mínimo e programas sociais, a eliminação do imposto rendimento dos empregados e um aumento de pensões. As medidas fariam frente à inflação argentina, que economistas estimam em 25% neste ano.
"Alguém quer voltar para aquela Argentina? Aquela forma de acumulação (de riqueza) que significa pão para poucos hoje e fome para todo mundo, ou quase todo mundo, amanhã?", escreveu Cristina, na manhã desta terça-feira, em um post em sua página no Facebook.
Grandes greves e protestos de rua aumentaram este ano, uma vez que a economia da Argentina aponta para o que pode ser um longo período de desaceleração do crescimento, após expandir mais de 7% ao ano, em média, entre 2003 e 2011. Muitos economistas acreditam que a economia terá dificuldades para expandir 3% em 2012, o que pode comprometer a previsão do crescimento do governo para 2013, de 4,4%.
(Com Reuters)
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