Do ESTADÃO.COM.BR
Andrei Netto, correspondente de O Estado de S. Paulo
Presidentes da Alemanha e França prometem plano capaz de acabar com a crise, ao mesmo tempo em que resgate do Dexia é anunciado
PARIS - Dois anos após o início da crise das dívidas soberanas, os líderes políticos de Alemanha e França prometeram ontem anunciar até o fim deste mês um pacote de medidas capaz de pôr fim à turbulência econômica na União Europeia. Em reunião bilateral realizada em Berlim, Angela Merkel e Nicolas Sarkozy anunciaram que os dois países elaboram um plano completo de socorro à Grécia, a recapitalização do sistema financeiro do bloco e a reforma da zona do euro.
O encontro havia sido proposto há 10 dias por Sarkozy, quando ficou claro que a crise das dívidas começava a contagiar os maiores bancos da UE. Os detalhes da proposta não foram revelados pelos dois líderes, mas o programa deverá ser dividido em três prioridades: a implantação urgente do segundo plano de socorro à Grécia, avaliado em € 158 bilhões e aprovado em 21 de julho passado; a recapitalização dos bancos que mais detêm obrigações soberanas dos países em crise - casos de Grécia, Irlanda, Portugal, Espanha e Itália; e a revisão dos tratados que regulamentam a zona do euro.
Sobre a recapitalização, Merkel e Sarkozy informaram que a estratégia terá regras comuns para todos os blocos e envolverá instituições de diferentes países. Analistas avaliam que instituições da Alemanha e da França serão as mais beneficiadas, entre as quais o alemão Commerzbank e os franceses BNP Paribas e Société Générale. Já o banco franco-belga Dexia não deverá ser incluído no salvamento, porque será desmembrado. Ontem, enquanto Merkel e Sarkozy se reuniam, os governos da França e da Bélgica anunciavam um plano de resgate do Dexia.
De acordo com Sarkozy, as regras do socorro e o tamanho das participações públicas e privadas ainda são discutidas. "A Alemanha e a França desejam que os mesmos critérios sejam aplicados, critérios aceitos por todas as partes", pregou o presidente, prometendo: "Nós apresentaremos um plano completo para a estabilização da zona euro até o fim do mês". Assim, os detalhes das medidas deverão ser conhecidos em torno da próxima reunião de cúpula do G-20, que será realizado Cannes, em 3 e 4 de novembro. "A Europa resolverá seus problemas daqui até o G-20, afirmou Sarkozy.
Reformas
A grande novidade do anúncio feito em Berlim foi a revelação de que Alemanha e França admitiram enfim a necessidade de reformar os tratados que regulamentam a União Europeia e a zona do euro. Segundo Merkel e Sarkozy, Bruxelas precisa reorganizar suas instituições e aumentar de forma significativa a integração econômica para reforçar a moeda única. "Serão modificações importantes, que terão o objetivo de estreitar a cooperação e torná-la obrigatória", garantiu Sarkozy, que assim atende ao pedido feito em carta aberta pelas associações empresariais da Alemanha, da França e da Itália no fim de semana.
PARIS - Dois anos após o início da crise das dívidas soberanas, os líderes políticos de Alemanha e França prometeram ontem anunciar até o fim deste mês um pacote de medidas capaz de pôr fim à turbulência econômica na União Europeia. Em reunião bilateral realizada em Berlim, Angela Merkel e Nicolas Sarkozy anunciaram que os dois países elaboram um plano completo de socorro à Grécia, a recapitalização do sistema financeiro do bloco e a reforma da zona do euro.
O encontro havia sido proposto há 10 dias por Sarkozy, quando ficou claro que a crise das dívidas começava a contagiar os maiores bancos da UE. Os detalhes da proposta não foram revelados pelos dois líderes, mas o programa deverá ser dividido em três prioridades: a implantação urgente do segundo plano de socorro à Grécia, avaliado em € 158 bilhões e aprovado em 21 de julho passado; a recapitalização dos bancos que mais detêm obrigações soberanas dos países em crise - casos de Grécia, Irlanda, Portugal, Espanha e Itália; e a revisão dos tratados que regulamentam a zona do euro.
Sobre a recapitalização, Merkel e Sarkozy informaram que a estratégia terá regras comuns para todos os blocos e envolverá instituições de diferentes países. Analistas avaliam que instituições da Alemanha e da França serão as mais beneficiadas, entre as quais o alemão Commerzbank e os franceses BNP Paribas e Société Générale. Já o banco franco-belga Dexia não deverá ser incluído no salvamento, porque será desmembrado. Ontem, enquanto Merkel e Sarkozy se reuniam, os governos da França e da Bélgica anunciavam um plano de resgate do Dexia.
De acordo com Sarkozy, as regras do socorro e o tamanho das participações públicas e privadas ainda são discutidas. "A Alemanha e a França desejam que os mesmos critérios sejam aplicados, critérios aceitos por todas as partes", pregou o presidente, prometendo: "Nós apresentaremos um plano completo para a estabilização da zona euro até o fim do mês". Assim, os detalhes das medidas deverão ser conhecidos em torno da próxima reunião de cúpula do G-20, que será realizado Cannes, em 3 e 4 de novembro. "A Europa resolverá seus problemas daqui até o G-20, afirmou Sarkozy.
Reformas
A grande novidade do anúncio feito em Berlim foi a revelação de que Alemanha e França admitiram enfim a necessidade de reformar os tratados que regulamentam a União Europeia e a zona do euro. Segundo Merkel e Sarkozy, Bruxelas precisa reorganizar suas instituições e aumentar de forma significativa a integração econômica para reforçar a moeda única. "Serão modificações importantes, que terão o objetivo de estreitar a cooperação e torná-la obrigatória", garantiu Sarkozy, que assim atende ao pedido feito em carta aberta pelas associações empresariais da Alemanha, da França e da Itália no fim de semana.
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