terça-feira, 11 de outubro de 2011

ECONOMIA: Dólar inverte para queda e Bovespa sobe

De O GLOBO

Bruno Villas Bôas e Vinicius Neder, com agências (economia.online@oglobo.com.br)

RIO - O otimismo que animou investidores nas bolsas de valores no início da semana titubeou na manhã desta terça-feira, com os mercados mundiais oscilando em função das incertezas a crise europeia. Após operar em baixa pela manhã, o Ibovespa, índice de referência da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), passa a operar em alta descolada dos mercados externos. Por volta de 15h30, o índice subia 0,72%, aos 53.657 pontos. Na mínima da manhã, chegou a recuar 0,85%. O dólar comercial, que subiu 1,19% na máxima da manhã, opera em baixa de 0,34%, a R$ 1,756 para a compra e R$ 1,758 para a venda.
Investidores estão apreensivos sobre a aprovação da ampliação do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (EFSF, na sigla em inglês) pela Eslováquia. É o último dos 17 países da zona do euro que ainda não aprovou a medida, acordada em julho. Sem a aprovação, o fundo não poderá ser ampliado para 440 bilhões de euros (cerca de R$ 1 trilhão). A decisão na votação desta terça-feira precisa ser unânime.
- Ninguém no mercado trabalha com a possibilidade de a Eslováquia não aprovar a ampliação do fundo. O problemas é que eles têm adiado sistematicamente a aprovação. E isso adia o alívio sobre a situação da Europa - explica José Francisco Cataldo, estrategista de varejo da Ágora Corretora.
Declarações do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, também contribuíram para reduzir as expectativas de uma solução para a crise das dívidas públicas europeias. Ele lembrou, em Bruxelas, que "a crise atingiu uma dimensão sistêmica", segundo a agência Bloomberg News.
No entanto, para o estrategista-chefe da SLW Corretora, Pedro Galdi, as oscilações nos mercados hoje respondem às incertezas sobre a crise, pois Trichet não teria falado novidades e a rejeição da ampliação do fundo pela Eslováquia é improvável.
- O dia está sem grandes notícias. Se as autoridades europeias não se mexerem mesmo, haverá bancos e países quebrando - ressalta Galdi.
Na Europa, a tendência de baixa prevaleceu sobre os mercados. O FTSE 100, de Londres, recuou 0,06%. O CAC 40, de Paris, caiu 0,25%. O DAX, de Frankfurt, avançou 0,30%. Em Madri, o Ibex 35 teve queda de 0,53%. O FTSE MIB, de Milão, caiu 0,39%.
Após o fechamento dos mercados, a "troika", comissão formada por membros do Fundo Monetário Internacional (FMI), do Banco Central Europeu (BCE) e da Comissão Europeia (CE), deu o sinal verde para a liberação de mais 8 bilhões de euros de ajuda financeira ao país. O dinheiro deverá estar disponível no início de novembro, afirma nota oficial do FMI.
Fed adia divulgação da ata da reunião de juros
Em Wall Street, os mercados operam de lado aguardando uma definição sobre a votação na Eslováquia. O Dow Jones - principal índice da Bolsa de Nova York - recua 0,36%. O Nasdaq, termômetro do setor de tecnologia, sobe 0,30%. O S&P 500, das 500 principais ações do país, perde 0,19%.
Nos EUA, o Federal Reserve (Fed, banco central americano) informou que a divulgação da ata da última reunião do Fomc (Federal Open Market Committee) foi adiada para amanhã. O motivo seria a duração maior da reunião do comitê, de dois dias. O mercado aguardava a ata para saber mais detalhes sobre a "Operação Twist", que consiste na venda de títulos de curto prazo e reinvestimento em papéis de longo prazo.
Eike Batista aumenta participação na OGX Petróleo
O mercado brasileiro opera na contramão do mercado internacional ajudado por ações do setor de petróleo e bancos. O destaque fica para a OGX Petróleo, após o empresário Eike Batista, homem mais rico do Brasil, ter aumentado sua participação na companhia de 61% para cerca de 62,5%. As ações ordinárias (ON, com voto) da OGX avançam 2,01%, a R$ 12,18.
Outro destaque fica para ações de alguns bancos, como o Itaú Unibanco PN (preferencial, sem voto), que avançam 1,32%, para R$ 30,56. Os papéis PN do Bradesco sobem 1,35%, a R$ 28,43.
Na contramão, as ações ON do Banco do Brasil caem 3,43%, para R$ 23,37. Nesta terça-feira, o BMG conseguiu derrubar a exclusividade do Banco do Brasil na oferta de empréstimos consignados para servidores públicos do Estado de São Paulo, após decisão da 1ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo.
Segundo especialistas, os números do varejo divulgados pelo IBGE nesta terça-feira estão exercendo pouco peso sobre ações de empresas do setor. As vendas do comércio recuaram 0,4% em agosto sobre julho, abaixo das expectativas do mercado.

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