terça-feira, 26 de julho de 2011

ECONOMIA: Dólar fecha no menor valor desde 18 de janeiro de 1999 e Mantega sinaliza com mais medidas para segurar cotação

De O GLOBO.COM

Vinicius Neder (economia.oglobo.com.br), com agências

RIO, SÃO PAULO e NOVA YORK - O dólar comercial fechou nesta segunda-feira a R$ 1,541 para compra e R$ 1,543 para venda, em queda de 0,64%. Com isso, a moeda americana renovou o menor valor desde 18 de janeiro de 1999, quando fechou cotada a R$ 1,538. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda de 0,50%, com o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) registrando 59.970 pontos.
Segundo especialistas, com o impasse nas negociações em torno da elevação do teto do endividamento do governo dos Estados Unidos, o dólar se enfraquece em relação às demais moedas e também influneciou a Bovespa.
Em São Paulo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o governo pode tomar novas medidas para frear a valorização do real. Mas ponderou que o câmbio está relacionado com a situação mundial e que só vai melhorar quando as economias avançadas começarem a se recuperar.
- O governo continua olhando seriamente para o câmbio e sempre estaremos propensos a tomar medidas que impedirão que haja uma valorização excessiva da moeda brasileira - disse Mantega em palestra na capital paulista.
Mantega repetiu que as políticas expansionistas de economias avançadas têm acirrado a valorização da moeda brasileira, ampliando as fraquezas do país como a alta carga tributária.
- As políticas monetárias expansivas dos países avançados nos prejudicam, porque colocam muita liquidez no mercado internacional, que vem bater às portas do Brasil", disse Mantega.
"O Q1 e o Q2 (programas de estímulos do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos) colocaram muita liquidez no mercado... É um problema que só vai se atenuar quando houver recuperação da economia (dos EUA)."
Mário Battistel, diretor de câmbio da Fair Corretora, não crê que o governo atuará com muito empenho para evitar a queda do dólar.
- O governo está usando a valorização do real como forma de combater a inflação - opina, sugerindo que as ações do governo servem mais para evitar a queda rápida da moeda americana. Alta das ações da Petrobras segura Bovespa
A queda da Bovespa nesta segunda-feira só não foi maior por causa do bom desempenho das ações da Petrobras. As ações da estatal de petróleo subiram 2,30% (a PN, sem direito a voto) e 2,19% (a ON, com direito a voto), segundo dados preliminares. O mercado teria reagido positivamente à aprovação do Plano de Negócios 2011-2015 da companhia, que manteve o volume de investimentos, mas ampliou a participação relativa na área de exploração e produção.
Já as ações da Vale fecharam perto da estabilidade, com queda de 0,07% nos papéis ON e alta de 0,19% nos papéis PN, segundo dados preliminares.
- A semana começou com o mercado inteiro na expectativa em relação às negociações sobre o teto da dívida americana - diz o estrategista da corretora Ágora, José Francisco Cataldo. Impasse afeta Wall Street
As principais bolsas de valores norte-americanas também recuaram nesta segunda-feira, em meio ao impasse dos congressistas sobre a elevação do teto da dívida do país, que poderia evitar um default.
Porém, investidores se mostraram convencidos de que um compromisso será atingido antes do prazo final para as negociações, programado para a semana que vem.
O Dow Jones teve desvalorização de 0,70%, a 12.592 pontos. O Standard & Poor's 500 recuou 0,56%, a 1.337 pontos. O Nasdaq cedeu 0,56%, a 2.842 pontos.
O giro financeiro dos pregões, no entanto, foi baixo, sugerindo que os investidores se mantiveram na defensiva.
Os parlamentares enfrentam o prazo de 2 de agosto para elevar o teto da dívida dos EUA de US$ 14,3 trilhões.
- Se você ouvir toda a retórica e ler tudo que foi publicado sobre isso, 2 de agosto tem o potencial de ser um dos piores dias na história, caso o teto da dívida não seja elevado - disse Hank Smith, vice-presidente financeiro da Haverford Trust, na Filadélfia.
Mas o mercado não está reagindo como se isso fosse acontecer.
- Políticos estão sendo políticos... mas quando eles chegarem ao fim do penhasco, não irão saltar. Irão elevar o teto da dívida - disse Smith.
O nervosismo de investidores permaneceu alto, com o índice de volatilidade CBOE saltando 10,5%, seu maior ganho porcentual em duas semanas.

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