Do ESTADÃO.COM.BR
Agências Internacionais - O Estado de S.Paulo
Presidente do grupo francês diz que não venderá participação na empresa brasileira para ninguém e que não pedirá a destituição de Abilio Diniz
O presidente do grupo francês Casino, Jean Charles Naouri, reiterou ontem durante a divulgação dos resultados da empresa que tomará o controle do Grupo Pão de Açúcar em 2012, como prevê o acordo de acionistas. "Não venderemos nossa participação nem ao Walmart nem a nenhum outro. Esperamos 13 anos para adquirir o Pão de Açúcar e não será agora que vamos vendê-lo", disse o executivo.
Nas últimas semanas, Naouri opôs-se energicamente a um projeto de fusão do grupo brasileiro com o concorrente francês Carrefour. A transação, que envolveria recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), foi defendido pelo empresário e sócio de Naouri, Abilio Diniz, e duramente criticada pela opinião pública.
O fim do embate entre os dois sócios, no entanto, não fez o Casino recuar em relação aos pedidos de arbitragem contra Diniz na Câmara de Comércio Internacional. Naouri exige que o pacto de acionistas seja respeitado.
O acordo firmado em 2005 criou a empresa Wilkes, em que cada um dos dois sócios detém 50% de participação. Na estrutura organizacional do grupo, a Wilkes fica acima da Companhia Brasileira de Distribuição (CBD), que, por sua vez, controla todas as empresas do grupo Pão de Açúcar, incluindo as novas aquisições, como Ponto Frio e Casas Bahia. Em junho de 2012, Abilio Diniz terá de vender uma ação de controle para o Casino, que passaria a ter mais de 50% do capital da Wilkes, tornando-se controlador de todo o grupo.
"É preciso respeitar os acordos. Esperamos das outras partes envolvidas que respeitem os acordos", declarou Naouri. Ele também confirmou que a reunião do conselho de administração da Wilkes, prevista para o dia 2 de agosto, foi cancelada.
Questionado sobre o papel de Diniz nas atividades do Pão de Açúcar, Naouri negou-se a "emitir considerações pessoais" sobre o sócio. Em vez disso, preferiu enfatizar sua confiança na gestão do grupo, dizendo que suas relações com os executivos brasileiros são "excelentes". E disse não ter planos de pedir a saída de Diniz da presidência do conselho do Pão de Açúcar.
Resultado. O balanço semestral do Casino divulgado ontem demonstrou a importância dos mercados emergentes na operação da rede varejista. No primeiro semestre, o lucro consolidado da empresa cresceu 6%, para 571 milhões, abaixo da previsão de analistas de 580 milhões. Já o lucro em operações internacionais saltou 55%, respondendo pela primeira vez por mais da metade do ganho total do grupo. Segundo o relatório, o crescimento foi impulsionado por aquisições na Tailândia e no Brasil (no caso, a compra das Casas Bahia). No País, o Casino registrou um aumento de 61,5% em suas vendas totais no segundo trimestre.
No mercado doméstico, o grupo francês teve seu resultado ofuscado. Segunda maior varejista da França, a empresa registrou uma queda de 23% no lucro líquido durante o primeiro semestre em relação ao mesmo período do ano passado, após uma redução de preços para atrair clientes. "Os resultados mistos do Casino confirmam o quanto o mercado francês permanece difícil", afirmaram analistas do banco Espírito Santo em nota. "O desenvolvimento dos negócios internacionais permanece animador, mas com incertezas quanto à situação no Brasil."
As vendas do Casino avançaram 19%, para 6,1 bilhões. A empresa elevou a previsão de ganhos com a venda de ativos para 1 bilhão, contra 700 milhões anteriormente. O grupo encerrou junho com endividamento de 6,8 bilhões. O Casino tem 10 mil lojas em 10 países, com maior presença em países emergentes do que muitos de seus rivais.
Presidente do grupo francês diz que não venderá participação na empresa brasileira para ninguém e que não pedirá a destituição de Abilio Diniz
O presidente do grupo francês Casino, Jean Charles Naouri, reiterou ontem durante a divulgação dos resultados da empresa que tomará o controle do Grupo Pão de Açúcar em 2012, como prevê o acordo de acionistas. "Não venderemos nossa participação nem ao Walmart nem a nenhum outro. Esperamos 13 anos para adquirir o Pão de Açúcar e não será agora que vamos vendê-lo", disse o executivo.
Nas últimas semanas, Naouri opôs-se energicamente a um projeto de fusão do grupo brasileiro com o concorrente francês Carrefour. A transação, que envolveria recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), foi defendido pelo empresário e sócio de Naouri, Abilio Diniz, e duramente criticada pela opinião pública.
O fim do embate entre os dois sócios, no entanto, não fez o Casino recuar em relação aos pedidos de arbitragem contra Diniz na Câmara de Comércio Internacional. Naouri exige que o pacto de acionistas seja respeitado.
O acordo firmado em 2005 criou a empresa Wilkes, em que cada um dos dois sócios detém 50% de participação. Na estrutura organizacional do grupo, a Wilkes fica acima da Companhia Brasileira de Distribuição (CBD), que, por sua vez, controla todas as empresas do grupo Pão de Açúcar, incluindo as novas aquisições, como Ponto Frio e Casas Bahia. Em junho de 2012, Abilio Diniz terá de vender uma ação de controle para o Casino, que passaria a ter mais de 50% do capital da Wilkes, tornando-se controlador de todo o grupo.
"É preciso respeitar os acordos. Esperamos das outras partes envolvidas que respeitem os acordos", declarou Naouri. Ele também confirmou que a reunião do conselho de administração da Wilkes, prevista para o dia 2 de agosto, foi cancelada.
Questionado sobre o papel de Diniz nas atividades do Pão de Açúcar, Naouri negou-se a "emitir considerações pessoais" sobre o sócio. Em vez disso, preferiu enfatizar sua confiança na gestão do grupo, dizendo que suas relações com os executivos brasileiros são "excelentes". E disse não ter planos de pedir a saída de Diniz da presidência do conselho do Pão de Açúcar.
Resultado. O balanço semestral do Casino divulgado ontem demonstrou a importância dos mercados emergentes na operação da rede varejista. No primeiro semestre, o lucro consolidado da empresa cresceu 6%, para 571 milhões, abaixo da previsão de analistas de 580 milhões. Já o lucro em operações internacionais saltou 55%, respondendo pela primeira vez por mais da metade do ganho total do grupo. Segundo o relatório, o crescimento foi impulsionado por aquisições na Tailândia e no Brasil (no caso, a compra das Casas Bahia). No País, o Casino registrou um aumento de 61,5% em suas vendas totais no segundo trimestre.
No mercado doméstico, o grupo francês teve seu resultado ofuscado. Segunda maior varejista da França, a empresa registrou uma queda de 23% no lucro líquido durante o primeiro semestre em relação ao mesmo período do ano passado, após uma redução de preços para atrair clientes. "Os resultados mistos do Casino confirmam o quanto o mercado francês permanece difícil", afirmaram analistas do banco Espírito Santo em nota. "O desenvolvimento dos negócios internacionais permanece animador, mas com incertezas quanto à situação no Brasil."
As vendas do Casino avançaram 19%, para 6,1 bilhões. A empresa elevou a previsão de ganhos com a venda de ativos para 1 bilhão, contra 700 milhões anteriormente. O grupo encerrou junho com endividamento de 6,8 bilhões. O Casino tem 10 mil lojas em 10 países, com maior presença em países emergentes do que muitos de seus rivais.
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