sexta-feira, 6 de maio de 2011

ECONOMIA: IPCA de abril ultrapassa teto da meta e sobe 6,51%

Do ESTADÃO.COM.BR


Daniela Amorim, da Agência Estado

Em abril, IPCA avançou 0,77%; no ano, o indicador acumula alta de 3,23%
RIO - A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ultrapassou o teto da meta do governo(de 6,5% para 12 meses) e registrou aumento acumulado de 6,51% em abril. Fechou o mês com alta de 0,77%, ante avanço de 0,79% em março, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou dentro do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que iam de 0,66% a 0,91%, com mediana de 0,85%.
A alta de 0,77% foi a maior para o mês de abril desde 2005. A taxa de 12 meses, de 6,51%, também foi a maior registrada desde julho de 2005, segundo o IBGE. "Mas o nível da inflação ficou mantido. A gente pode dizer que a diferença foi pequena, quase irrisória e (o índice) se manteve perto de 0,80%, como ocorreu também em janeiro e em fevereiro. O número permaneceu estável", disse a coordenadora de índices de preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos.
Com o resultado anunciado hoje, o desempenho do IPCA em 12 meses até abril supera o teto da meta inflacionária para este ano, de 6,5%, e se posiciona dentro do intervalo das projeções dos analistas para este período (de 6,39% a 6,65%), com mediana muito próxima dos 6,60%. A partir das estimativas para a taxa mensal do IPCA de abril, o AE Projeções calculou o intervalo para o resultado em 12 meses do indicador.
Os preços de artigos de vestuário foram responsáveis pela segunda maior variação no IPCA. A alta do grupo Vestuário foi de 1,42% em abril, ante 0,56% em março. Quase todos os itens do grupo apresentaram variações expressivas, com destaque para roupas infantis, que subiram 1,97% no mês.
"O aumento explica-se pela entrada da nova coleção no mercado e pelo aumento no preço do algodão, embora o setor venha adotando muitas peças de material sintético", explicou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de índices de preços do IBGE. O grupo Vestuário foi responsável por uma alta de 0,09 ponto porcentual no IPCA de abril. (Daniela Amorim)
O IPCA é o índice oficial utilizado pelo Banco Central para cumprir o regime de metas de inflação, determinado pelo Conselho Monetário Nacional. Até abril, o indicador acumula alta de 3,23% no ano.
INPC
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) subiu 0,72% em abril ante alta de 0,66% em março, segundo dados divulgados há pouco pelo IBGE. Com o resultado, até o mês passado, o índice acumula altas de 2,89% no ano e de 6,30% em 12 meses.
O INPC mede a variação dos preços para as famílias de renda de um a seis salários mínimos e chefiadas por assalariados.
Construção civil
O Índice Nacional da Construção Civil (INCC/Sinapi), divulgado hoje pelo IBGE, variou 0,48% em abril, ante 0,52% em março. No ano, a alta é de 1,67%. O índice acumulado em 12 meses está em 7%, acima dos 6,88% registrados em igual período imediatamente anterior.
Segundo o IBGE, o custo nacional da construção alcançou R$ 779,18 por metro quadrado em abril, acima dos R$ 775,43 estimados em março. A parcela dos materiais variou 0,24%, enquanto o custo da mão de obra desacelerou para 0,80% em abril, ante 0,98% apurado em março.
Indicador de difusão
O indicador de difusão do IPCA de abril atingiu o nível de 59,38%, de acordo com cálculo realizado pela Rosenberg & Associados. O resultado do indicador de difusão, que representa o porcentual de preços de itens em alta do IPCA, ficou abaixo do nível de 68,23% registrado no IPCA de março e do de 62,76% do IPCA-15 de abril.
Vilões
As refeições fora de casa, a gasolina e a carne estão entre os principais responsáveis pela alta de 6,51% acumulada pelo IPCA nos últimos 12 meses até abril. No período, as refeições fora de casa acumulam alta de 12,66%, enquanto a gasolina registra avanço de 11,68%, e as carnes subiram 20,33%. O impacto destes itens no IPCA dos últimos 12 meses é de 0,55 ponto porcentual, 0,47 pp e 0,44 pp, respectivamente, segundo o IBGE.
Sobre o aumento da gasolina, a coordenadora de índices de preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos, disse que há influência da alta do etanol, sobretudo em 2011.
"A frota brasileira de automóveis do tipo flex aumentou muito nos últimos tempos, então a demanda por etanol também subiu muito. Como estamos num período de entressafra da cana-de-açúcar, o álcool está mais caro. Então, o consumidor vai preferir colocar gasolina, pressionando também os preços da gasolina", explicou Eulina.

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