quarta-feira, 20 de julho de 2016

ECONOMIA: Banco Central mantém taxa básica de juros a 14,25% ao ano

OGLOBO.COM.BR
POR GABRIELA VALENTE

Decisão foi tomada na primeira reunião do novo presidente do BC, Ilan Goldfajn

Reunião do Copom no Banco Central - ANDRE COELHO / Agência O Globo

BRASÍLIA - O Banco Central manteve os juros básicos em 14,25% ao ano. A decisão foi tomada por unanimidade na primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) sob o comando do novo presidente da autoridade monetária, Ilan Goldfajn. A estabilidade da taxa Selic já era esperada pelo mercado financeiro, que está interessado nos sinais que serão enviados pela nova diretoria. Num comunicado muito maior que o de costume, o BC listou riscos. Entre eles, o fato de a inflação ter permanecido alta por muito tempo.
Segundo o comunicado, a inflação acima do esperado no curto prazo por causa da alta de alimentos, a permanência de incertezas quanto à aprovação e implementação dos ajustes necessários na economia e um período prolongado com inflação alta e com expectativas acima da meta pode reforçar mecanismos inerciais e retardar o processo de desinflação.
O Copom ressaltou que as expectativas de inflação do mercado para o ano que vem recuaram, mas seguem acima da meta para a inflação, de 4,5%. Disse ainda que as projeções condicionais do Copom para a inflação permaneceram relativamente estáveis nos horizontes relevantes para a condução da política monetária desde sua última reunião, mas recuaram em relação às projeções divulgadas no último Relatório de Inflação.
“No cenário de referência, a projeção para a inflação de 2017 encontra-se em torno da meta de 4,5%. No entanto, no cenário de mercado, a projeção para 2017 está em torno de 5,3%”, diz o comunicado.
O BC disse que o cenário básico com que trabalha leva em consideração perspectiva de estabilização da atividade econômica no curto prazo. Entretanto, as evidências sugerem que a economia segue operando com alto nível de ociosidade.
“No âmbito externo, o cenário permanece desafiador. No curto prazo, o ambiente encontra-se relativamente benigno para as economias emergentes. No entanto, a dinâmica da recuperação da economia global permanece frágil, com incertezas quanto ao seu crescimento”, frisou o BC.
Por outro lado, o Copom diz que os ajustes na economia podem ser implementados de forma mais célere que permitam ganhos de confiança e reduzam as expectativas de inflação e o nível de ociosidade na economia pode produzir desinflação mais rápida do que a refletida nas projeções do Copom.
“Tomados em conjunto, o cenário básico e o atual balanço de riscos indicam não haver espaço para flexibilização da política monetária”.
Essa foi a oitava manutenção seguida. Os juros estão neste patamar desde setembro do ano passado.
MUDANÇA NA COMUNICAÇÃO
Nesta quarta-feira, o BC anunciou que mudará a comunicação da autarquia. A informação foi antecipada na edição de ontem do GLOBO. O ata da reunião do terá um formato diferente. O comunicado divulgado imediatamente após o encontro também. O BC decidiu ainda suspender a leitura do texto para os jornalistas e passará a publicá-lo diretamente na internet.
A tradição em dias de Copom era a leitura do comunicado pelo chefe da assessoria de imprensa. Havia reclamações sobre os procedimentos, principalmente, pelas agências de notícias em tempo real. Em raros casos, algum repórter conseguia avistar o conteúdo do texto alguns segundos antes dos concorrentes.
Não é apenas a igualdade na concorrência que preocupa o BC. A autoridade monetária está preocupada em recuperar a credibilidade e o papel dela na condução da política monetária.
Quer falar mais claramente com o mercado financeiro e com a sociedade e abolir termos que deixam espaço para duplo sentido e demonstrar exatamente qual a leitura do cenário econômico.

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