segunda-feira, 29 de junho de 2015

ECONOMIA: Ameaça de rompimento na zona do euro faz mercados despencarem

ESTADAO.COMBR
JAMIL CHADE - O ESTADO DE S. PAULO

A Bolsa de Londres abriu com queda de mais de 2%; no restante da Europa, o tombo foi ainda maior

GENEBRA – Os mercados abriram nesta segunda-feira com forte queda, depois que a Grécia anunciou controle de capitais e de estar ameaçada de sair da zona do euro. A Bolsa de Londres abriu com uma queda de mais de 2%. Mas, no restante da Europa, o tombo foi ainda maior. 
Tanto em Paris como Frankfurt, a queda nas bolsas foi de mais de 4%. Durante a madrugada europeia, Tóquio já havia perdido 2,88%, a segunda maior queda do ano. Em Hong Kong, o índice caiu 2,61%. Na China, os mercados foram atingidos por mais volatilidade numa sessão agitada que levou o índice a cair mais de 7% durante o período. O índice teve uma pequena recuperação e fechou em queda de 3,29%.
CRISE DA GRÉCIA/AP
Ações despencaram nas bolsas asiáticas com o agravamento da crise grega

A Bolsa de Atenas não abrirá por toda a semana. Mas, em diversos mercados do Sul da Europa, a queda tem sido importante. Na Espanha, a Bolsa de Madri abriu com uma redução de 5,6%. Em Milão, a perda foi de 4,8%. 
As ações dos bancos foram as mais expostas, com quedas de até 10%. "A Grécia parece estar causando um tornado nos mercados financeiros", alertou Michael Hewson, analista do CMC Markets. 
O euro também perdeu terreno diante do dólar, enquanto investidores partiram para ativos mais seguros. O ouro, por exemplo, subiu. 
Pela Europa, os principais governos vão realizar reuniões de emergência durante o dia, antes do prazo final para que a Grécia pague suas dívidas, nesta terça-feira. O presidente americano, Barack Obama, chegou a telefonar para a chanceler alemã Angela Merkel para pedir que a UE não abandone a Grécia. 
No sábado, a negociação entre os gregos e a UE fracassou diante da insistência do governo de Alexis Tsipras de realizar um referendo no dia 5 de julho para consultar a população se estariam dispostos a mais um pacote de austeridade, em troca de recursos do FMI e da UE. 
O problema é que os gregos precisam encontrar 1,6 bilhão de euros para pagar parte de sua dívida até terça-feira e, se não cederem no que se refere ao referendo, a UE já anunciou que o programa de resgate estará suspenso. Na prática, a Grécia quebraria e daria um passo significativo para sair da zona do euro.
A situação ficou ainda mais tensa quando, na manhã de ontem, o Banco Central Europeu anunciou que não pretende elevar o volume de recursos do fundo que dispõe para garantir uma assistência emergencial aos bancos da Grécia. 
O mecanismo europeu de apoio não foi eliminado. Mas seu teto não será alterado.
Para esta segunda-feira, ele seria de 89 bilhões de euros. Ainda que o BCE admita que está disposto a mudar sua estratégia para garantir a "sustentabilidade financeira" da Grécia, a realidade é que a Europa deu um sinal à Atenas de que não iria incrementar a ajuda. A meta era clara: criar uma pressão para que o governo de Alexis Tsipras renunciasse a seu projeto.
O resultado dessa medida foi a decisão em Atenas de decretar um feriado bancário e o fechamento da bolsa de valores por sete dias. Tspiras, porém, apelou à população por “calma e paciência”, enquanto milhares de pessoas faziam filas em caixas eletrônicos pelo país. Segundo ele, os depósitos estão garantidos. "Todos os depósitos, salários e aposentadorias estão garantidos", disse.

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