Da FOLHA.COM
CRISTINA CAMARGO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
RICARDO GALLO,DE SÃO PAULO
Uma paralisação dos policiais civis afeta oito Estados nesta quarta-feira (21), incluindo São Paulo, onde a adesão é baixa. Em outras quatro unidades federativas, a categoria organiza protestos ao longo do dia.
A Cobrapol (Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis) convocou os policiais civis a suspenderem as atividades por 24 horas para cobrar dos governos mais investimentos na segurança pública. Eles reivindicam a modernização do modelo de polícia, aumento do efetivo e dos treinamentos.
O Sindicato dos Escrivães de Polícia do Estado de São Paulo informou que o ato afetou apenas cidades do interior, como Assis, Sorocaba, Bauru e Lins.
Segundo Heber Souza, secretário-geral da entidade, o fracasso se deve ao fato de os delegados não terem aderido ao movimento. "Isso acaba comprometendo a adesão de outras categorias por uma questão de hierarquia", disse.
Nos lugares onde houve paralisação em SP, só estão sendo feitos boletins de ocorrência de crimes graves, como latrocínios (roubo seguido de morte), homicídios e roubos.
Em São Paulo, escrivães e investigadores pedem um salário equivalente ao nível superior exigido para a carreira -R$ 5.000, valor inicial pago aos peritos. O salário inicial deles hoje é de R$ 2.200, diz o sindicato.
EM OUTROS ESTADOS
Em oito Estados e no Distrito Federal, os policiais civis aderiram à paralisação parcial. Na Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Pará, Rio de Janeiro,São Paulo, Sergipe e Rondônia, as delegacias funcionam nesta quarta somente para atender casos emergenciais.
Em Alagoas, Amazonas, Mato Grosso do Sul e Paraíba, a categoria protesta de outras formas, por meio de passeatas, panfletagens e conversas com a população.
Em Sergipe, por exemplo, os servidores do IML (Instituto Médico Legal) cruzaram os braços e cerca de cem policiais civis se reuniram de manhã nas escadarias da Secretaria de Segurança Pública, em Aracaju. Eles estão em estado de greve e pedem o pagamento de reajustes atrasados, promoção automática dos agentes, incorporação de gratificação, reintegração de agentes, entre outras reivindicações.
Apesar da mobilização dos policiais, a paralisação não é consenso entre os sindicatos estaduais. No Tocantins, por exemplo, o Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis) informa que não participa do movimento nacional por causa de avanços que a categoria conquistou junto ao governo estadual, como o realinhamento salarial.
O mesmo ocorre em Pernambuco, onde o sindicato diz não haver nenhuma decisão em assembleia de parar as atividades durante um dia.
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