quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

MUNDO: Governo chinês bloqueia sites de jornais internacionais

De OGLOBO.COM
COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Portais do ‘El País’, ‘Le Monde’, ‘The Guardian’ e outras publicações saíram do ar após a revelação de que familiares de líderes chineses mantêm empresas de fachada no Caribe
Corrupção. O então premier Wen Jiabao (esquerda) conversa com o futuro presidente Xi Jinping em 2012: familiares de dirigentes usaram paraísos fiscais LIU JIN / AFP/11-3-2012
PEQUIM - O governo chinês bloqueou nesta quarta-feira sites de jornais internacionais após a revelação de que familiares de dirigentes do alto escalão - incluindo o atual presidente, Xi Jinping, e os ex-primeiros-ministros Wen Jiabao e Li Peng - fazem uso maciço de um paraíso fiscal no Caribe. A censura contradiz com a bandeira de transparência levantada por Xi Jinping, que anunciou medidas duras contra o enriquecimento ilícito de elites.
O bloqueio afeta os portais do “El País”, “Le Monde”, “The Guardian”, “Süddeutsche Zeitung” e outras publicações que revelaram a informação com base em documentos obtidos pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês). Ao menos 13 parentes próximos da cúpula do governo chinês mantêm atividades nas Ilhas Virgens Britânicas, além de 15 grandes empresários e grandes companhias estatais.
O bloqueio das edições digitais é uma prática que o governo chinês já havia empregado anteriormente com o “The New York Times” e a agência de notícias Bloomberg por suas investigações sobre as fortunas escondidas de parentes de líderes chineses, incluindo o cunhado do presidente e o filho do anterior primeiro-ministro.
A censura e a vigilância na internet por parte do Ministério de Segurança Pública chinês faz parte de um projeto que começou em 2003 e permite bloquear conteúdos de sites, blogs ou fontes de notícias que o governo considera criminoso, subversivo ou ofensivo.
O ICIJ planeja publicar ainda os nomes dos 37 mil cidadãos da China, Hong Kong e Taiwan que figuram em seu banco de dados e que correspondem aos vazamentos dos documentos de duas gestoras que operam em paraísos fiscais.
Os registros foram descobertos a partir de mais de dois milhões de arquivos da administradoras (Portcullis TrustNet e Commonwealth Trust) que operam nas Ilhas Virgens Britânicas. A opção pelo arquipélago onde vivem apenas 27 mil habitantes, diz a reportagem publicada na terça-feira pelos meios citados, não surpreende: as ilhas caribenhas eram o segundo investidor direto da China em 2010, atrás apenas de Hong Kong. As Ilhas Virgens Britânicas contam com mais de um milhão de sociedades inscritas, e 40% delas procedem de China, Hong Kong e Cingapura.

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