De OGLOBO.COM.BR
Com agências internacionais
Chancelaria britânica entregou uma carta oficial à
embaixada do governo de Quito, em Londres
LONDRES - O governo britânico entregou nesta sexta-feira uma carta oficial à
embaixada do Equador, em uma tentativa de retomar negociações sobre o caso de
Julian Assange, fundador do WikiLeaks. O ministério do Exterior do Reino Unido
se negou a revelar detalhes da mensagem, mas disse que entrou em contato com
diversos diplomatas da América do Sul na semana passada em busca de estender o
diálogo com o governo de Quito.
Assange, de 41 anos, é o centro de uma polêmica diplomática que envolve ao
menos quatro países. O Reino Unido quer extraditá-lo para a Suécia, onde ele é
alvo de denúncias de abuso sexual. No entanto, o australiano diz que o processo
sueco faz parte de uma conspiração para levá-lo aos EUA, onde pode ser julgado
por espionagem e ser condenado a morte, segundo ele.
Em 2010, o site WikiLeaks divulgou documentos secretos do governo americano
sobre as guerras do Afeganistão e do Iraque, gerando a ira de autoridades dos
EUA. A Interpol lançou uma investigação para apurar se a página teria obtido
tais documentos de forma ilegal. Temendo ser perseguido, o australiano se
abrigou na casa de um amigo no Reino Unido.
Após ter esgotado seus recursos na Suprema Corte britânica, Assange pediu
asilo político ao Equador, que atendeu a solicitação. Ele está há dois meses
dentro da embaixada equatoriana em Londres, sob a ameaça de ser preso pela
polícia britânica se deixar o local.
O presidente equatoriano Rafael Correa disse que o impasse diplomático
poderia acabar “amanhã” se o Reino Unido assegurasse livre passagem a Assange,
para que ele possa viajar para a América do Sul. No entanto, o governo britânico
já deixou claro que prenderá o australiano assim que ele estiver fora do
território diplomático equatoriano.
Esta semana, o chanceler britânico William Hague negou rumores de que o Reino
Unido teria ameaçado invadir a embaixada do Equador e disse que Assange “pode
ficar lá pelo tempo que achar necessário”.
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