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Cristiane Bonfant
Cristiane Bonfant
Funcionalismo promete radicalizar. Itamaraty e Receita podem parar
BRASÍLIA — A dez dias do fim do prazo para o envio da proposta orçamentária
de 2013 ao Congresso, os servidores públicos federais foram nesta terça-feira
mais uma vez às ruas para pressionar o governo por reajustes. À noite, o
ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse que serão aplicadas sanções aos
grevistas em casos de desrespeito à lei, referindo-se às greves da Polícia
Federal (PF) e Polícia Rodoviária Federal (PRF). Já o Ministério do Planejamento
anunciou o corte do ponto de 11.495 funcionários do Executivo. Segundo o
ministério, a medida não atingiu os professores das universidades federais, que
já fecharam acordo de reajuste salarial entre 25% e 40% até 2015.
— Da mesma forma que garantimos a liberdade de expressão, não podemos aceitar
a ofensa a lei, ao interesse público e ao interesse do cidadão. Baixamos uma
clara orientação para a direção da Polícia Federal e da Policia Rodoviária
Federal. Em todos os casos que ocorrerem ilegalidade vamos abrir processo
disciplinar e informar à Justiça — disse Cardozo.
Há dois dias parados em 12 estados, os agentes da PRF pretendem parar as
atividades em todo o Brasil amanhã, a partir das 14h, se não houver acordo.
Hoje, estão atendendo apenas casos urgentes, com vítimas, ou flagrantes.
Segundo Reni Rocha, vice-presidente do Sindicato dos Policiais Rodoviários
Federais do Distrito Federal (SinPRF-DF), embora a carreira exija ensino
superior, os agentes recebem valor de nível médio. Na terça-feira, trabalhadores
do Hospital das Forças Armadas (HFA) recusaram a proposta de reajuste de 15,8%,
parcelado em três anos. Os servidores do Itamaraty prometem parar hoje. Pedro
Delarue, presidente do Sindifisco Nacional, disse que os auditores fiscais da
Receita vão cruzar os braços hoje e amanhã.
O Ministério da Educação divulgou nesta terça-feira balanço parcial referente
às universidades federais que mostra que os servidores técnico-administrativos
de 20 delas aceitaram a proposta de reajuste do governo, de 15,78% em três anos,
e decidiram voltar ao trabalho. Em outras cinco, a categoria recusou e a
paralisação continua.
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