segunda-feira, 26 de setembro de 2011

ECONOMIA: Maioria dos economistas projeta inflação acima do teto da meta pela primeira vez em 2011, diz BC

De O GLOBO.COM.BR



RIO - Analistas consultados pelo Banco Central no boletim Focus passaram a prever pela primeira vez no ano o estouro da meta de inflação em 2011, após a redução dos juros, a alta do dólar intensificada na semana passada e uma taxa mais forte de avanço da inflação medida pelo IPCA-15. A versão mais recente da pesquisa foi divulgada nesta segunda-feira. A projeção mediana dos economistas para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano subiu de 6,46% na semana anterior para 6,52%. A meta de inflação perseguida pelo governo é de 4,5% ao ano, com dois pontos percentuais de tolerância. Essa alta nas estimativas mostrou que mais da metade dos economistas consultados passou a esperar o estouro da meta.
A piora nas expectativas registrada nesta divulgação do Focus ocorre após a inflação medida pelo IPCA-15, prévia do índice oficial, ter acelerado em setembro mais do que esperavam os economistas. O IPCA-15 teve expansão de 0,53% no mês, o que elevou a taxa de variação em 12 meses para 7,33%.
Pelas projeções divulgadas nesta segunda-feira, foi a sexta expansão consecutiva da mediana das estimativas para a inflação neste ano. A projeção máxima de variação do IPCA para 2011 está em 7,0% há três semanas. Mas a expectativa mínima subiu a 5,81%, ante 5,75% projetados na semana passada.
A projeção do IPCA para o ano que vem foi revista pela quarta vez consecutiva, de 5,50% para 5,52%.
No final de agosto, o Banco Central surpreendeu o mercado ao interromper o processo de alta dos juros com um corte de 0,5 ponto percentual na taxa Selic, a 12% ao ano. A redução foi interpretada por muitos analistas como um sinal de que a autoridade monetária está menos comprometida em reduzir a inflação e mais preocupada em manter o crescimento econômico.
Semanas depois, a piora na crise da dívida da Europa ajudou a empurrar o dólar a R$ 1,95, com uma valorização de cerca de 20% desde o início do mês. A moeda norte-americana diminuiu um pouco a alta e era cotada a R$ 1,838 no fechamento de sexta-feira.
A estimativa para o IPCA nos próximos 12 meses subiu de 5,71% para 5,76%.
O prognóstico para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011 caiu pela oitava vez, passando de 3,52% para 3,51% na semana passada, enquanto o de 2012 se manteve estável a 3,70%.
A estimativa para a Selic neste ano permaneceu em 11%, e para o ano que vem continuou em 10,75%.
Segundo o Focus, a previsão para a taxa de câmbio no final deste ano passou de R$ 1,65 por dólar para R$ 1,68. A projeção no final de 2012 foi elevada de R$ 1,65 a R$ 1,68.
Já as projeções medianas para a taxa Selic e para o peso da dívida líquida do setor público no PIB deste ano foram mantidos em 11,00% e 39,10% respectivamente. A estimativa para o ano que vem foi também mantida em 10,75% e 38,00%.

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