quinta-feira, 22 de agosto de 2019

MEIO AMBIENTE: Macron convoca países para discutir queimadas na Amazônia no G7: 'É uma crise internacional'

OGLOBO.COM.BR
O Globo

Presidente francês escreveu em rede social que 'nossa casa está queimando, literalmente'; evento que reúne sete das maiores economias do planeta começa neste fim de semana, na França

Presidente Emmanuel Macron quer discutir queimadas na Amazônia Foto: PASCAL ROSSIGNOL / AFP

O presidente da França, Emannuel Macron, convocou via Twitter os países membros do G7 para discutir as queimadas na Amazôniana cúpula que acontece neste final de semana, em Biarritz, na França. Em postagem na rede social, acompanhada de imagem da floresta em chamas, na tarde desta quinta-feira, Macron lembrou que a Amazônia produz 20% do oxigênio do planeta:
"Nossa casa está queimando. Literalmente. A Floresta Amazônica - os pulmões que produzem 20% do oxigênio do nosso planeta - está em chamas. É uma crise internacional. Membros da Cúpula do G7, vamos discutir em dois dias este tema emergencial!" - diz a postagem.
O G7 é um grupo internacional composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, as sete maiores economias de países desenvolvidos do planeta. De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), os países representam mais de 64% da riqueza líquida global, equivalente a US$ 263 trilhões.
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou, pouco antes do tuíte de Macron, que o Brasil irá criar um grupo com a França para discutir o desmatamento na Amazônia. Em um evento em Campo Grande (MS), ele afirmou, de acordo com o G1, que "as autoridades sabem qual é nosso compromisso, com a França já combinamos de criar um grupo de trabalho para troca de informações, para que possamos dar as informações mais atuais sobre os esforços de combate ao desmatamento".
Durante a reunião do Grupo de Trabalho do Corredor Rodoviário Bioceânico, que reúne Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, Araújo afirmou que o Brasil está sendo alvo de uma campanha internacional equivocada. "Nossa política de preservação ambiental é sólida, diferentemente de muitos países que nos criticam, mas que não mantêm seus próprios compromissos ao Acordo de Paris"
Our house is burning. Literally. The Amazon rain forest - the lungs which produces 20% of our planet’s oxygen - is on fire. It is an international crisis. Members of the G7 Summit, let's discuss this emergency first order in two days! #ActForTheAmazon pic.twitter.com/dogOJj9big— Emmanuel Macron (@EmmanuelMacron) August 22, 2019
Nota oficial da chancelaria francesa
Logo após o tuíte de Macron o Ministro da Europa e dos Negócios Estrangeiros da França, Jean-Yves Le Drian, divulgou nota afirmando que o país europeu está "muito preocupado" com os incêndios na Amazônia.
Na nota, o chanceler francês destaca que "as florestas tropicais desempenham um papel fundamental na luta contra as mudanças climáticas" e que "a França está muito preocupada com os diversos incêndios de magnitude sem precedentes que vêm afetando a Floresta Amazônica por várias semanas". Le Drian lembrou ainda que "na Amazônia, a França também enfrenta esse risco, com a Guiana (Francesa), e está conduzindo uma cooperação de longo prazo com os países da América do Sul para lidar com isso, particularmente por meio da Agência Francesa de Desenvolvimento e do Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento da França".
A nota segue afirmando que "favorecido por uma seca acentuada pela desflorestação e pela conversão de áreas florestais em terras agrícolas, este episódio afeta vários países da região, com graves consequências para as populações locais e para a biodiversidade". O chanceler lembra que "o presidente francês tratou dessas questões durante sua reunião em 16 de maio com o cacique Raoni, em Paris, e eu mesmo levantei essas questões com meus interlocutores durante minha visita ao Brasil, em julho".
Na ocasião, Bolsonaro cancelou, faltando horas para o encontro, a reunião que teria com Le Drian. O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo , afirmou que o encontro não se realizou por "problema de agenda" do presidente, mas na hora do encontro, Bolsonaro cortou o cabelo e o transmitiu ao vivo.
O cancelamento foi uma aparente retaliação de Bolsonaro ao governo francês, que, por mais de uma vez, já manifestara insatisfação com o governo brasileiro por causa de sua política ambiental. No final de junho, a França ameaçou não assinar o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia caso Bolsonaro cumprisse a ameaça de retirar o Brasil do Acordo de Paris.
O pacto comercial acabou sendo assinado, mas ainda precisa ser aprovado pelo Parlamento francês. Após o cancelamento do encontro, Le Drian sinalizou que seu país não terá pressa em aprovar o acordo entre Mercosul e União Europeia (UE).
A nota oficial também lembra que a Agência Francesa de Desenvolvimento lançará, no início de 2020, um projeto regional de € 9 milhões em cooperação com a sociedade civil para a preservação dos ecossistemas amazônicos. 
O texto termina com a afirmação: "Estamos determinados a continuar esses esforços e a trabalhar com todos os atores da região (países, autoridades locais, ONGs, setor privado) comprometidos com a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, do Acordo de Paris e para a adoção, em 2020, das próximas metas globais para a proteção da biodiversidade".

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