quarta-feira, 23 de maio de 2018

GREVE: Greve de caminhoneiros já afeta transportes públicos e abastecimento no terceiro dia

OGLOBO.COM.BR
POR O GLOBO

Alguns postos já estão sem gasolina, há menos ônibus em circulação e Correios suspendem Sedex 10

Caminhoneiros bloqueiam a BR-116, no trecho próximo a Guapimirim, no Rio de Janeiro - Ricardo Moraes / Reuters

RIO — Apesar de aceno do governo com a proposta de reduzir o imposto sobre o diesel, caminhoneiros realizam nesta quarta-feira o terceiro dia de protesto contra a alta nos combustíveis. Os motoristas bloqueiam vias ou se mobilizam no acostamento de estradas de acesso a pelo menos três estados. As manifestações já provocaram impacto no abastecimento: há falta de gasolina em alguns postos do Rio e de outras cidades. E em várias capitais há menos ônibus em circulação. Além disso, os Correios suspenderam os serviços com hora marcada, como Sedex 10.
No Porto de Santos, o maior do país, nenhum caminhão conseguiu ter acesso às áreas de embarque e desembarque, devido aos bloqueios nas rodovias. A greve também afetou o Porto de Paranaguá (PR).
A movimento teve a adesão de mais profissionais e o número de interdições somente em rodovias federais chegou a 275 pontos nesta terça-feira, segundo dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
No Rio, há vários postos sem gasolina, diesel ou etanol na Zona Sul e na Zona Norte. Como os caminhões não chegam até os postos, falta combustível. O Sindicomb Rio, sindicato do setor, avalia que nunca houve um desabastecimento tão grande nos postos da capital, embora esta não seja a primeira greve de caminhoneiros a atingir todo o país.
A falta de gasolina e diesel afetou o serviço de funcionamento de ônibus na região metropolitana. Em diversos postos da região, houve fila em postos com ônibus aguardando abastecimento. Em um posto na Rodovia Washington Luiz, as filas eram longas na manhã desta quarta-feira.
Por conta do aumento na demanda, o Metrô Rio anunciou um reforço em suas operações durante a quarta-feira.
A Agência Nacional do Petróleo (ANP), por sua vez, flexibilizou a exigência de acréscimo de 10% do biodiesel no diesel, já que os bloqueios dificultam a distribuição do biocombustível. A ANP alertou ainda que há preocupação com o abastecimento de aeronaves nos aeroportos de Brasília e de Guararapes, em Pernambuco.
ALTA NOS PREÇOS DE ALIMENTOS
Alguns produtos perecíveis também já tiveram seus preços aumentados por causa da greve, que dificulta o escoamento da produção. É o caso dos alimentos, que têm tido alta em diversos pontos de venda do Rio.
Na manhã desta quarta-feira, o protesto se estendia, às 7h, no acostamento do km 182 (Paraíba do Sul) e do km 281 (Volta Redonda) da BR-393, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Em Nova Iguaçu, os manifestantes ocuparam a beira da via do km 17 da BR-465 e, em Guapimirim, o km 104 da BR-116.
Os caminhoneiros também mantiveram o bloqueio na Rodovia Régis Bittencourt em ao menos dois trechos nesta quarta-feira. A informação é do G1, que cita informações da concessionária que administra a estrada, principal corredor entre São Paulo e os estados do Sul do país.
A rodovia está interditada nos dois sentidos nos trechos do km 470, na região de Jacupiranga, SP, ao km 477, sentido Sul; e km 478 ao km 477, sentido Norte. Também há bloqueio no sentido Sul do km 384, em Miracatu, ao km 385.
Em Minas Gerais, os motoristas se concentravam, por volta de 6h10m, em oito pontos da BR-040, em sete trechos da BR-116 e em onze localidades da BR-381. A restrição de passagem nas vias, porém, afetava apenas veículos de carga.
No Espírito Santo, há protesto na altura do km 304 da BR 101, em frente ao trevo Viana.
Outro estado afetado pela greve é o Distrito Federal, onde há protestos em oito pontos em quatro rodovias federais. As estradas afetadas são a BR-060, nos km 13, 28 e 30; a BR-050 na altura do km 98; a BR-020 nos km 1, 10, 13 e 57; na BR-040 nos km 10 e 95.
Ao longo dos últimos três dias, quinze estados foram palcos de protestos. No Rio Grande do Sul, um caminhoneiro foi alvejado na noite de terça-feira por se recusar a parar em uma das manifestações.
Em Recife, o serviço de ônibus também foi afetado e causou transtorno aos passageiros na manhã desta quarta-feira. Com uma redução de 8% da frota por conta da falta de abastecimento gerado pela greve, os ônibus da cidade tiveram dificuldade de atender a demanda dos passageiros. Em Pernambuco, há paralisações em quatro rodovias diferentes.
Além disso, o Aeroporto dos Guararapes teve seu serviço impactado pela falta de combustível na capital pernambucana, o que teria afetado voos internacionais, segundo o G1.
Já em Goiás, houve o bloqueio da principal distribuidora de combustível do estado por cerca de 34 horas. Contudo, a situação foi normalizada e o caso não chegou a afetar a distribuição de gasolina na região.
O abastecimento de gasolina em João Pessoa também foi reduzido. De acordo com o G1, na última terça-feira havia combustível em apenas 40% dos postos da cidade.
Ao longo dos últimos três dias, quinze estados foram palcos de protestos. No Rio Grande do Sul, um caminhoneiro foi alvejado na noite de terça-feira por se recusar a parar em uma das manifestações.
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