quarta-feira, 24 de maio de 2017

CRISE: Tropa federal vai assumir a segurança da Esplanada, diz ministro

OGLOBO.COM.BR
POR EDUARDO BARRETTO / LETICIA FERNANDES

Raul Jungmann disse que Temer também atacou o ato: é ‘inaceitável o descontrole’


O ministro da Defesa, Raul Jungmann, durante entrevista - EVARISTO SA / AFP/17-05-2017

BRASÍLIA — O governo pediu militares para conter o protesto nesta quarta-feira. Foi acionada pelo presidente a Garantia da Lei e da Ordem (GLO). O ministro da Defesa, Raul Jungmann, condenou a manifestação, que segundo a Polícia Militar tem 35 mil pessoas. O presidente Michel Temer também atacou o ato: disse que é "inaceitável o descontrole". As tropas federais já estão em Brasília.
— O senhor presidente faz questão de ressaltar que é inaceitável a baderna, que é inaceitável o descontrole e que ele não permitirá que atos como este venham a turbar um processo que se desenvolve de forma democrática e com respeito às instituições — declarou o ministro da Defesa, que não respondeu a perguntas de jornalistas nem revelou o contingente de agentes.
Segundo Jungmann, o protesto estava previsto para ser "pacífico", mas "degringolou à violência, vandalismo, desrespeito, na agressão ao patrimônio público, na ameaça às pessoas, muitas delas servidoras que se encontram aterrorizadas e que estamos, neste momento, garantindo sua evacuação". Todos os ministérios foram evacuados e o expediente foi encerrado às 15h. No Planalto, a ordem de Temer é para que todos os servidores permaneçam no prédio, que é escoltado por militares em todas as ocasiões.
O decreto de Temer já está publicado em edição extra do Diário Oficial da União, e estabelece que as tropas federais atuarão na capital por uma semana, até o dia 31. A área específica de atuação, no Distrito Federal, será delimitada pela Defesa.
Jungmann disse que o pedido veio também do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que confirmou ao GLOBO confirmou que pediu ao Palácio do Planalto o apoio das Forças Nacionais de Segurança.
— Pedi porque o ambiente lá fora estava virando um inferno! — disse Maia, depois, na sessão, ao ser questionado pelo PT.
A decisão de usar militares para intervir na segurança foi tomada pelo presidente quando estava em reunião com os ministros Jungmann, Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria Geral), Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo) e Sérgio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional).
O gabinete de monitoramento, integrado pelo GSI e pela Defesa, já vinha analisando os movimentos de manifestantes ao longo dos últimos dias, como a chegada de ônibus à capital. Desde ontem, porém, o gabinete se mudou para dentro do Palácio do Planalto.
A GLO é invocada, segundo a Defesa, quando há "esgotamento das forças tradicionais de segurança pública, em graves situações de perturbação da ordem". O dispositivo constitucional, que é de atribuição exclusiva do presidente da República, prevê que os militares podem, provisoriamente, atuar com poder de polícia.
Temer teve de cancelar uma reunião que teria às 16h por dificuldade de acesso ao Palácio do Planalto. Ele receberia José Carlos Rodrigues Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e um grupo de empresários.
Temer já pediu reforço ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI), responsável pela segurança da Presidência. Veio do GSI a ordem para evacuar os ministérios, e a Casa Civil disparou mensagens para todos os secretários executivos. Os militares consideraram que a integridade física de servidores estava em risco.
Manifestantes depredaram ministérios e até atearam fogo em parte do Ministério da Agricultura. O clima é de praça de guerra, com troca de balas de borracha, pedras e pedaços de pau. Há feridos.

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