sexta-feira, 11 de setembro de 2015

ECONOMIA: Dólar comercial ganha força e opera em alta de 0,62%, a R$ 3,874

OGLOBO.COM.BR
POR ANA PAULA RIBEIRO

Na mínima do pregão, moeda chegou a R$ 3,822; Petrobras cai forte com recuo da cotação do petróleo
Dólar comercial inicia pregão em queda nesta sexta-feira - Ron Antonelli / Bloomberg

SÃO PAULO - O dólar comercial voltou a ganhar força nesta sexta-feira e opera em terreno positivo. A valorização ainda é uma das consequências da perda do grau de investimento do Brasil pela agência de classificação de risco Standard & Poors's. A moeda americana era cotada, às 10h59, a R$ 3,872 na compra e a R$ 3,874 na venda, alta de 0,62% ante o real - na mínima, já chegou a R$ 3,822. Já a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) tem queda de 0,45% no índice de referência Ibovespa, aos 46.294 pontos.
Na quinta-feira, a divisa americana registrou valorização de 1,37%, terminando o pregão cotada a R$ 3,85.
Cleber Alessie, operador de câmbio da corretora H.Commcor, afirma que o movimento de queda no início dos negócios foi uma realização de lucro por parte dos investidores, que aproveitaram para embolsar os ganhos dos últimos pregões. Isso porque, além da perda do grau de investimento por uma das três grandes agências de avaliação de risco, os Estados Unidos dão sinais de que podem elevar os juros.
— Parece que foi uma realização de lucros, até porque os indicadores que foram divulgados hoje mostram uma melhora da economia americana. Os preços ao produtor subiram mais que o esperado, o que fortalece a ideia de que pode ocorrer um aumento de juros no curto prazo — disse.
O operador lembrou, no entanto, que o Banco Central tem sinalizado que irá intervir com maior frequência no mercado de câmbio caso a cotação do dólar ameace ultrapassar determinados patamares. Na quinta-feira, já foi feito um leilão de US$ 1,5 bilhão com compromissão de recompra. No mês, essas operações já somam US$ 4,5 bilhões.
Para Ricardo Gomes da Silva Filho, superintendente da Correparti Corretora de Câmbio, os agentes do mercado de câmbio estão atentos ao pacote de medidas que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou que será implementado até o final do mês. No entanto, a avaliação é que o pronunciamento de quinta-feira do ministro, após o rebaixamento do Brasil, foi improvisado.
O governo deve aumentar os esforços para evitar que as outras duas grandes agências de classificação de risco, Fitch e Moody's, rebaixem a nota do Brasil. O risco maior está na Moody's, em que a nota do Brasil está acima um nível do grau especulativo. Se isso ocorrer, o país deixaria de ser grau de investimento em duas das três grandes agências, deixando de atender as exigências de alguns fundos que pedem esse selo de bom pagamento para deixar os recursos em um país.
PETRÓLEO EM QUEDA
O preço do petróleo tem queda significativa no mercado internacional. O do tipo Brent recua 2,35% o barril, a US$ 47,74, o que ajuda a pressionar as ações de companhias petrolíferas. Nesta sexta-feira, o Goldman Sachs prevê que, no cenário mais pessimista, o petróleo poderia cair a US$ 20. No Brasil, as ações da Petrobras, que na quinta-feira perdeu o grau de investimento pela S&P, registram queda de 3,26% nas preferenciais (PNs, sem direito a voto), cotadas a R$ 7,71, e de 2,57% nos ordinários (ONs, com direito a voto), a R$ 9,97.
Já as ações da Vale, que chegaram a subir no início dos negócios, operam em terreno negativo também. As PNs recuam 1,12% e as ONs caem 0,50%, após subir mais de 2%. Ainda entre as ações com maior peso no Ibovespa, o setor bancário opera em queda. Os papéis preferenciais do Itaú e do Bradesco recuam, respectivamente, 0,98% e 0,61%. Os papéis do Banco do Brasil caem 1,83%. Na quinta-feira à noite, a S&P anunciou a redução das notas de uma série de empresas, e essas três instituições financeiras perderam o grau de investimento.
No exterior, os principais índices operam em terreno negativo. O DAX, de Frankfurt, cai 0,83%, e o CAC 40, da Bolsa de Paris, recua 0,89%. No caso do FTSE 100, de Londres, a desvalorização é de 0,55%. Nos Estados Unidos, o Dow Jones cai 0,26% e o S&P 500 sobe 0,53%.

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