terça-feira, 11 de dezembro de 2012

POLÍTICA: É Dilma ou Dilma

Do POLÍTICA & ECONOMIA NA REAL

As relações entre o PT e a presidente da República são conflitantes: de respeito e de desconfiança. De ambas as partes. Há um certo PT, que perdeu espaço no governo Dilma, que não está satisfeito com ela. E talvez fique menos ainda depois das mexidas que ela pode fazer no ministério e nas lideranças governistas do Congresso em janeiro e fevereiro. Dilma também sabe que este PT está com ela porque ela tem a caneta, o Diário Oficial e uma popularidade que, mantidas as atuais condições de temperatura e pressão econômica, dão-lhe extraordinária oportunidade de se reeleger daqui a dois anos. Mas que se pudessem, gostariam de estar com outra pessoa. Só que as circunstâncias mensaleiras e secretariais fecharam esta porta. Portanto, é Dilma ou Dilma. O que explica a cautela com que o PT trata de temas delicados, como o mensalão e o rosegate, para não envolver a presidente em casos nos quais seu governo não tem nada a ver diretamente. De toda forma, Dilma trata de criar suas próprias bases. Se se notar, ela não mais se socorre do PT ou do próprio Lula para tratar com os aliados. Merece também registro o fato de o ex-marido da presidente e um de seus mais importantes interlocutores, Carlos Araújo, ter deixado o PT e voltado para o PDT, partido no qual ele e a presidente militaram depois que saíram da clandestinidade.

É Dilma ou/e...

Nunca se viu o PMDB, nos últimos anos, pelo menos publicamente, tão cordato como agora. A presidente manifestou um simples desejo, o PMDB comparece, sem reclamar. Se cobra, se esperneia, é a boca pequena. Com seu faro afinado, o partido que já foi liderado por Ulysses Guimarães e Tancredo Neves, quer firmar-se como grande aliado de Dilma, tão ou mais importante que o PT. Aproveitando-se exatamente do vácuo deixado pelas vacilações petistas. As razões: (1) defender-se dos ataques do PSB de Eduardo Campos, que tem como uma de suas opções para 2014 expelir o PMDB da condição de vice de Dilma (a outra, é uma candidatura própria); (2) conquistar, discretamente, mais e melhores espaços no governo, conquistando mais "cartórios eleitorais", capazes de lhe garantirem mais votos para a Câmara dos Deputados, o Senado e as Assembleias Legislativas (o PMDB teme perder a condição de maior partido no Congresso para o PT e até para o PSB). Porém, a "fidelidade" peemedebista tem prazo de validade: a recuperação da economia brasileira no ritmo que o ministro da Fazenda há meses vem garantindo que ocorrerá no mês seguinte. O PMDB está e estará onde sempre esteve desde que a ditadura militar acabou: no governo, onde ele estiver e seja quem for.

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