Do Estadão.com.br
O Conselho de Ética do Senado começou a analisar na manhã desta quinta-feira,
3, se deve ou não abrir um processo disciplinar contra o senador Demóstenes
Torres (sem partido-GO), suspeito de envolvimento com o contraventor Carlinhos
Cachoeira, preso pela Polícia Federal. Antes dos debates, o relator Humberto
Costa (PT-PE) fará a leitura das 65 páginas de seu relatório
preliminar. De acordo com o cronograma do Conselho, o documento só será
votado na próxima terça-feira, 8.
Com isso, Demóstenes responderá formalmente a processo no conselho que,
durante a instrução, colherá depoimentos e analisará documentos . Ao final, o
relator pode sugerir a absolvição ou uma punição contra o parlamentar – que pode
chegar à cassação do mandato. A partir daí, o processo será votado pelo conselho
e, depois, pelo plenário em votação secreta.
O discurso feito pelo senador, em plenário, no dia 6 de março, foi decisivo
na construção do parecer do relator que pedirá na reunião do Conselho de Ética a
abertura de processo disciplinar para cassação do mandato do parlamentar por
quebra de decoro. No discurso do dia 6, Demóstenes negou qualquer relação com o
empresário goiano, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, investigado pela
Polícia Federal e o Ministério Público por suspeita de liderar um esquema de
corrupção e exploração de jogos ilícitos.
Costa destacou que seu parecer não se sustenta apenas “em matérias veiculadas
na mídia”. Em vários momentos, desde que foi escolhido para a função, Humberto
Costa ressaltou que as investigações do Conselho de Ética se baseiam em um
julgamento político.
Logo no início da manhã, Demóstenes Torres esteve no Senado e foi até o
plenário registrar presença. Depois, despachou com assessores em seu gabinete e
por volta das 9h30 deixou a Casa. Na primeira reunião do conselho, o senador
goiano compareceu no colegiado quando deixou claro que pretende se defender das
acusações pessoalmente nessa segunda etapa dos trabalhos. Na fase de
investigação, ele apresentou sua defesa por escrito.
Na sexta-feira, 27, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal
Federal (STF), autorizou o Conselho de Ética e Decoro do Senado e a Comissão de
Sindicância da Câmara a
extraírem cópias integrais do inquérito 3430, que tramita no STF, para
investigar as ligações do senador com o empresário do ramo de jogos Carlos
Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
O inquérito
foi entregue na quarta-feira, 2, em envelope lacrado, à Comissão Parlamentar
Mista de Inquérito (CPMI). Uma representação do PSOL acusa Demóstenes de quebra
de decoro, após o parlamentar ter sido flagrado por escutas telefônicas da PF em
conversas com Cachoeira, acusado de exploração de jogos ilegais, tráfico de
influência e corrupção.
O advogado de Demóstenes, Antonio Carlos de Almeida Castro, apresentou a
defesa preliminar do senador goiano. Kakay, como é conhecido, pediu
o arquivamento da representação por, entre outras razões, ter sido baseada
exclusivamente em recortes de reportagens jornalísticas, o que não valeria como
prova para instruir representações por quebra de decoro. A defesa de Demóstenes
também disse que as conversas telefônicas dele com o contraventor foram
“manipuladas” pela Polícia Federal./Com informações da Ag.Senado e
Ag.Brasil
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