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POR O GLOBO
Na semana passada, Brasil foi rebaixado pela agência de rating S&P
Agência de classificação de risco Moody's - RAMIN TALAIE / BLOOMBERG/30-9-2010
RIO - Com o aumento dos gastos obrigatórios, o governo brasileiro precisará, este ano ou no próximo, pegar empréstimos para financiar despesas correntes, descumprindo assim a chamada "regra de ouro" — que impede o governo de aumentar sua dívida para pagar esse tipo de despesa. O alerta é da Moody's, que afirma, em relatório, que o descumprimento da regra terá um impacto negativo para a perspectiva de nota do Brasil.
A agência de classificação de risco destaca que essa será a primeira vez que o país precisará tomar tal medida desde que a regra de ouro foi implementada.
Segundo o documento, assinado por Anna Snyder e Samar Maziad, as grandes chances de descumprimento da regra são negativas para o crédito brasileiro.
"No cenário mais provável, acreditamos que o governo será forçado a solicitar uma isenção da regra, dada a deterioração fiscal em curso, o que pesará sobre a avaliação de crédito do Brasil", diz a agência.
Além de lembrar que as discussões acerca da suspensão da regra de ouro acontecem em meio ao adiamento da votação da reforma da Previdência para março deste ano, o documento alerta ainda para a descrença da agência em relação à votação do projeto em 2018.
"Estamos céticos de que o atraso da Previdência até março aumente de maneira significativa as chances de que uma reforma relevante seja aprovada até dezembro de 2018, durante a atual administração".
Na semana passada, a S&P rebaixou a nota do rating soberano do Brasil de "BB" para "BB-", três níveis abaixo do grau de investimento. Em teleconferência, a diretora de ratings soberanos da S&P, Lisa Schineller, disse que acredita ser muito difícil que o Congresso consiga aprovar a reforma da Previdência este ano, em que ocorrerão eleições presidenciais no Brasil.
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