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POR CATARINA ALENCASTRO
Líder do PMDB diz que, se tucanos já sabem que deixarão governo, não há por que esperar
O deputado federal Baleia Rossi, líder do PMDB na Câmara, no gabinete da liderança - Ailton de Freitas / Ailton de Freitas/Agência O Globo/19-09-2016
BRASÍLIA — O governo já admite abertamente que não dá para contar com a aprovação da reforma da Previdência. Antes de entrar para a reunião de líderes da base com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), quando serão definidos os próximos projetos a serem votados, o líder do PMDB, deputado Baleia Rossi (SP), disse que a Previdência não é pauta única do governo. E que o objetivo do ajuste fiscal pode ser alcançado por meio da aprovação de outros projetos. Baleia também comentou sobre o movimento que ganha força dentro do PSDB de abandonar o governo. Para ele, caso os tucanos já estejam decididos pelo rompimento, não há por que esperar até dezembro, quando ocorrerá a convenção nacional do partido.
— Se a decisão política do PSDB de sair do governo já está tomada não vejo sentido em esperar até dezembro — disse.
Baleia foi perguntado sobre uma eventual reforma ministerial, na eventualidade de os tucanos desalojarem as quatro pastas que ocupam no governo. E disse que uma troca de comando dos ministérios não fará o governo ganhar mais votos no Congresso para aprovar pautas de seu interesse.
O Palácio do Planalto tenta reconstruir apoios dentro dos partidos da base aliada após as desgastantes votações das duas denúncias enviadas à Câmara pelo Ministério Público contra o presidente Michel Temer. Ambas foram arquivadas. A última, na qual o presidente era acusado de organização criminosa e obstrução à Justiça, foram dados 251 votos a favor de Temer, menos do que a metade da Câmara, composta por 513 deputados.
Por ser uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), a reforma da Previdência, que sempre foi apresentada como prioridade número um do governo, precisa de pelo menos 308 votos para ser aprovada.
— Não acho que uma reforma ministerial possa fazer com que o governo ganhe votos. O assunto (reforma da Previdência) tem que ser tratado de maneira mais didática, de mostrar para os parlamentares que o país tem a necessidade da aprovação de projetos que vão de encontro ao ajuste fiscal — disse, complementando: — A Previdência não é uma pauta única, há outros projetos que caminham nesse sentido de mostrar que o ajuste é uma pauta tratada com seriedade pelo governo. Não acho que o governo dependa única e exclusivamente da aprovação da reforma da Previdência. Hoje o governo não tem os votos necessários para aprovar uma PEC.
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