quarta-feira, 12 de agosto de 2015

POLÍTICA: Dilma pede a ministros do STF harmonia entre poderes

OGLOBO.COM.BR
POR CAROLINA BRÍGIDO CAROLINA@BSB.OGLOBO.COM.BR

Fala da presidente sensibilizou Lewandowski, que defendeu o compromisso com a estabilidade institucional e a preservação da legitimidade de mandatos
A presidente Dilma Rousseff, durante Cerimônia de anúncio do Programa de Investimento em Energia Elétrica - Givaldo Barbosa / Agência O Globo

BRASÍLIA – Em jantar com a cúpula do Judiciário na noite desta terça-feira, a presidente Dilma Rousseff fez um apelo para a necessidade de harmonia entre os poderes. O evento ocorreu no Palácio da Alvorada, com o propósito de aproximação especialmente de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A fala da presidente sensibilizou o presidente da corte, ministro Ricardo Lewandowski, que defendeu o compromisso com a estabilidade institucional e a preservação da legitimidade de mandatos.
A declaração vem em um momento crucial para a chefe do Executivo. No meio da crise política e econômica, Dilma enfrentará no próximo domingo uma onda de protestos contra seu governo e em prol do impeachment. Além disso, tramitam hoje no STF inquéritos contra autoridades suspeitas de envolvimento nas fraudes da Petrobras que vieram à tona na Operação Lava-Jato.
Se, por um lado, tentava se aproximar dos ministros do Judiciário, Dilma deixou transparecer no encontro o distanciamento de seu vice, Michel Temer. Alguns convidados deixaram o encontro com a impressão de que não havia entrosamento entre os dois.
Houve também o incômodo da falta de assunto no início da noite. Como Dilma nunca fez questão de se relacionar com integrantes do Judiciário, as conversas não engatavam com muita facilidade.
Todos os ministros do STF foram convidados. Oficialmente, o evento foi marcado em comemoração ao dia da fundação dos cursos jurídicos no Brasil e ao Dia do Advogado. Na prática, foi uma tentativa de Dilma conquistar aliados do outro lado da Praça dos Três Poderes.
Além de Lewandowski, estiveram no jantar os ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso e Rosa Weber. O relator dos inquéritos da Lava-Jato, Teori Zavascki, não compareceu. O decano da Corte, Celso de Mello, também declinou do convite. Outra ausência foi de Marco Aurélio Mello. Mais cedo, ele considerou inconveniente a presença de todos os integrantes do tribunal no evento da presidente. Para ele, o cidadão comum pode interpretar como uma forma de submissão da Corte ao Executivo.
— De início, eu sou contrário ao comparecimento do colegiado como um grande todo a certos eventos, e esse evento é um deles. A leitura que o cidadão faz não é boa e acaba desgastando indiretamente a instituição. Nós não ficamos submissos por aceitarmos o convite da presidente da República, mas aquele a quem nós devemos contas, que são os cidadãos, eles veem de outra forma, como se fosse algo em termos de cooptação. E isso não é bom, principalmente nessa época — avaliou Marco Aurélio.
Também foram hoje ao Palácio da Alvorada presidentes dos tribunais superiores e o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinícius Furtado Coêlho. Os ministros José Eduardo Cardozo, da Justiça, e Luís Inácio Adams, da Advocacia-Geral da União, também marcaram presença.

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