Do ESTADAO.COM.BR
GUILHERME WALTENBERG - Agência Estado
O presidente nacional do PSDB, deputado federal Sérgio Guerra (PE), disse, na
manhã desta sexta-feira, que a mensagem enviada por celular pelo deputado
Cândido Vaccarezza (PT-SP) ao governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral
(PMDB), durante sessão da CPI do Cachoeira, com garantias de apoio, é "uma
demonstração completa de uma atitude não republicana, um parlamentar sendo
solidário com o governo do Rio, o que não tem o menor sentido, a não ser o
sentido que não se pode sustentar".
Guerra afirmou "não ter dúvidas" de que PT e PMDB buscam esvaziar as
investigações do caso Cachoeira. "Cada um tem sua própria agenda. O PMDB não
quer que investigue o governador (Sérgio Cabral, RJ) e o PT não quer que a
investigação tenha características administrativas, de examinar as coisas que
têm a ver com o funcionamento das estruturas públicas em geral", afirmou.
Segundo o deputado, a CPMI tem problemas graves em sua estrutura,
comprometendo o andamento das investigações. "Primeiro que começa com a
investigação feita. Geralmente é a investigação que determina a agenda. É
preciso de outra tecnologia para fazê-la andar".
O presidente do PSDB disse que o vazamento das "informações sigilosas" sobre
as investigações foram feitas de maneira seletiva. "Vazaram as informações com o
objetivo claro de danificar a oposição", afirmou.
A decisão de se investigar apenas os negócios da Construtora Delta, um dos
pivôs do escândalo, na região Centro Oeste também foi alvo de críticas do
deputado. "É uma coordenação equivocada e injusta. O PSDB defende que a
investigação seja feita em todos os lugares, que se investigue todos os
contratos intermediados por Cachoeira entre a construtora e os poderes
públicos", afirmou.
Sobre investigar Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, principal nome
do escândalo, ele mostrou-se reticente. "Não acho que ele seja esse monstro
todo. Estão valorizando demais. Devem ser investigados os contratos da Delta
feitos por ele".
Ao falar do governador do PSDB, Marconi Perillo (GO), suspeito de manter
relações com Cachoeira, e do deputado Carlos Lereia (GO), ele foi enfático.
"Temos muita clareza nessa defesa. Antes de qualquer atitude, nossos quadros
citados se colocam prontos para prestar depoimentos para esclarecer o que acham
que deve ser esclarecido", disse.
Comentários:
Postar um comentário